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OPINIÃO - A Estratégia de Desenvolvimento e a Lampreia



Voltamos ao princípio -de mais um ano- e regressamos a Penacova e ao ciclóstomo que, entretanto, virou peixe.

Irão recomeçar as questões relacion adas com a Lampreia, que vira produto gastronómico por estas alturas e envolve sempre os mesmos actores: o Município (enquanto agente de desenvolvimento local por excelência); os Restaurantes (enquanto beneficiários líquidos – e exclusivos - do investimento); os vendedores do produto (na maior parte das vezes indiferentes à origem e, até, ao pagamento de impostos) e os consumidores (que só darão expressão ao retorno, se constituírem massa crítica suficiente).

Não falarei, aqui, da Confraria da Lampreia, porque essa Associação está, hoje – como parece já evidente - um pouco à frente desta questão cíclica que se traduz no consumo da Lampreia e, por alteração comportamental e estratégica dos Confrades, centra, agora, a sua actividade mais na consolidação do destino ecológico e belo que Penacova é, indiscutivelmente, e muito menos nas questões da gastronomia propriamente dita.

Mas regressemos ao tema:

É correcto que o Município faça um investimento tão expressivo na divulgação da Melhor Lampreia do Mundo?

- É, porque a diferenciação do nosso modo de cozinhar o peixe introduz a prospectiva do desenvolvimento de um nicho importante que o nosso Concelho não pode perder!

É correcto que o Poder Político ainda não tenha encontrado meios -nem cabeças- suficientes para que a Lampreia não abandone os nossos rios?

- Não é, porque não faz sentido nenhum intervir no Vale do Mondego, sem deixar passar a Lampreia, primeiro;

Depois, porque não faz sentido fazer a Escada de Peixe, no Açude Ponte, em Coimbra, para logo matar a viagem no pesadelo da mini-hídrica do Sócrates (com a Mota-Engil);

E, finalmente, porque não faz sentido admitir essa obra brilhante do desassoreamento apressado (feito em tempo recorde, segundo dizem, com a Mota-Engil) que tão bem parece ter corrido ao Autarca dinossauro Manuel Machado, a pontos de se dizer por aí que se escancarou o Vale, sem a APA ver!

É correcto que o esforço de todo um Concelho não tenha nenhuma (digo bem, nenhuma) comparticipação do sector da restauração?

- Não só não é, como constitui um péssimo exemplo para os outros sectores de actividade!

Não deixa de ser interessante termos todo um Povo a contribuir para o nosso enriquecimento ...

E pode admitir-se a circulação de um produto sem regras, sem caracterização, sem certificado de origem?

- É claro que isso constitui um factor triste da pequenez a que vamos chegando enquanto País.

Por onde andam, afinal, as Autoridades?

Luís Pais Amante

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