SAÚDE - DGS apela às pessoas que venham de áreas afetadas para não irem às urgências
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, apelou esta
quinta-feira às pessoas que regressem de Itália ou de outras áreas afetadas
pelo novo coronavírus e que não apresentem sintomas da doença para não se
deslocarem aos serviços de urgência.
Em caso de início súbito de tosse, febre ou dificuldade respiratória, a pessoa deve ligar para o centro de contacto do Serviço Nacional de Saúde SNS 24 (808 24 24 24) e evitar permanecer em espaços confinados e com muitas pessoas, disse à agência Lusa Graça Freitas.
"Estamos a falar
de espetáculos, de centros comerciais e isto só se aplica aos próximos 14 dias
depois de as pessoas voltarem de uma área afetada", explicou a
diretora-geral da Saúde.
Graça Freitas sublinhou que estas são "as grandes recomendações", além da
lavagem frequente das mãos, da medição da temperatura duas vezes por dia para
ver se aparecem os sintomas e então ligar para a Saúde 24.
As pessoas devem também observar se "os seus amigos, os seus parentes, os seus
contactos próximos desenvolvem sintomas e nesse caso ligar também para o SNS 24".
Segundo a diretora-geral da Saúde, tem havido "uma maior afluência" de pessoas
que não apresentam sintomas aos serviços de urgências devido ao surto em
Itália, assim como um aumento de chamadas para o SNS 24.
"Vieram de
Itália e vêm assustadas" porque sabem que "estão a regressar de uma
área afetada" e "por sua
iniciativa tomaram a decisão de ligar para a Saúde 24, muitas apenas para
tirarem dúvidas, e outras foram a serviços de urgência".
Até à data, disse Graça Freitas não há casos confirmados de
Covid-19 em Portugal.
"Não quer dizer
que pessoas que tenham estes sintomas não estejam infetadas com um coronavírus,
mas é o coronavírus da estação do inverno, não é o Covid-19",
esclareceu.
Segundo a DGS, o risco para a saúde pública em Portugal é
considerado "moderado a elevado".
Neste momento, há várias áreas afetadas no mundo onde existe
transmissão comunitária ativa do vírus, nomeadamente na China, Japão, Coreia do
Sul, Singapura, Irão e Itália.
Atendendo a que neste momento há focos em vários países do
mundo [isso] aumenta a probabilidade de Portugal ou qualquer outro país da
Europa poder importar um caso e desse caso originar outros. É por isso que as
organizações internacionais consideram que os países europeus têm um risco médio
a elevado de poder importar, explicou Graça Freitas.
Apesar de haver países com risco elevado, em Portugal é
"médio elevado dada à sua dimensão
e dada às suas relações com as áreas afetadas. Obviamente que o surto em Itália
veio aumentar a nossa preocupação porque temos muita troca de passageiros",
sublinhou.
O balanço provisório da epidemia do coronavírus Covid-19 é
de 2.800 mortos e mais de 82 mil pessoas infetadas, de acordo com dados
reportados por 48 países e territórios.
Das pessoas infetadas, mais de 33 mil recuperaram.
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