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SAÚDE - Doentes com enfarte assistidos em urgência “onde não há cardiologista”


Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos denuncia situações de doentes agudos do foro cardiovascular que, tendo dado entrada no Hospital do Covões com enfarte agudo, tiveram de ser transferidos de urgência para a Unidade de Cuidados Intensivos de Cardiologia dos HUC, na sequência do encerramento da Unidade de Cuidados Intensivos Coronários dos Covões.


Patrícia Cruz Almeida – Diário As Beiras

Na semana passada, um doente jovem, com um enfarte do miocárdio, deu entrada na urgência do Hospital dos Covões, tendo sido depois tratado na sala de Hemodinâmica. De acordo com fonte hospital, o doente voltou para a urgência – “onde não há cardiologista” – e foi transportado, de ambulância, para a Unidade de Cuidados Intensivos Coronários (UCIC) dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC). Isto porque a UCIC dos Covões está fechada.

Esta terá sido a segunda situação ocorrida, no espaço de uma semana, de doentes agudos do foro cardiovascular que, tendo dado entrada no Hospital do Covões com enfarte agudo, tiveram de ser transferidos de urgência para a UCIC dos HUC, “na sequência do encerramento da Unidade de Cuidados Intensivos Coronários do Hospital dos Covões”. A situação foi denunciada ontem pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) que, após tomar conhecimento destas duas situações, enviou uma carta ao Colégio de Especialidade de Cardiologia da Ordem dos Médicos, à Administração Regional de Saúde do Centro e ao Ministério da Saúde.

Na missiva, o presidente da SRCOM expressa a sua preocupação com esta situação – alertando para o risco de transportar um doente cardiovascular em situação instável – reafirmando que “as recentes decisões tomadas sobre o Hospital dos Covões são lesivas da qualidade na prestação dos cuidados de saúde aos doentes”.

É com preocupação que assistimos a situações como estas, tendo já solicitado ao Conselho de Administração e à direção do Serviço de Cardiologia uma resposta clara e tecnicamente válida”, afirma Carlos Cortes.

Estamos a falar de factos concretos, de doentes reais, e é intolerável que isso não preocupe quem tem a responsabilidade de organizar e criar condições para uma resposta adequada do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra e, em concreto, do Hospital dos Covões”, acrescenta o presidente da SRCOM.

Recorde-se que, num comunicado enviado às redações no final da semana passada (em resposta às declarações de Carlos Cortes, que afirmou que a redução da capacidade de resposta da urgência do Hospital dos Covões configura um ato de desobediência), o Conselho de Administração do CHUC esclarecia que a Unidade de Cuidados Intensivos Coronários é agora uma unidade de recobro com pernoita, com sete camas, para os doentes que são tratados na unidade de hemodinâmica e pacing e que “tem cardiologista 24 horas por dia”.

O Hospital Geral tem uma unidade de hemodinâmica e pacing diferenciada e diferenciadora para tratar doentes de ambulatório, que são a maioria dos doentes, que merecem o mesmo tipo de atendimento e a mesma atenção aos tempos de espera para realização do tratamento que todos os outros. Mantém, igualmente, uma área diferenciada para os meios complementares de diagnóstico e terapêutica e consultas”, pode ler-se no comunicado. Porém, o CA do CHUC refere que “os doentes com patologia mais complexa e com necessidade de internamento são tratados no polo HUC.”



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