VINHARIA DO MONDEGO - Naturalmente diferentes
Nos dias que correm, tanto os
alimentos como as bebidas estão em mudança a nível mundial, ou pelos menos há
uma variedade de oferta que antes não existia. Há todo um novo paradigma em
torno do que consumimos e a preocupação em como esses produtos são produzidos é
cada vez maior. Somos constantemente bombardeados com vários termos como glúten
free, lactose free, vegan e “baixo em calorias”.
O mundo dos vinhos não foge à regra.
Com certeza o leitor já terá ouvido falar em termos que à partida parecem
absurdos quando falamos em sumo de uva fermentado. Natural? Vegetariano? Como
assim?
Na rubrica desta semana vou
desmistificar alguns termos que vão moldando as novas tendências do mercado vínico:
Vinhos Biológicos: aqui é proibida utilização de produtos químicos
no tratamento da vinha. As alternativas na viticultura biológica passam
principalmente pela utilização de cobre, eficaz no combate ao míldio. O enxofre
é usado para combater o oídio.
Vinhos Biodinâmicos: neste tipo
de viticultura, o ecossistema e a biodiversidade do local são de extrema
importância. Utilizam-se apenas remédios homeopáticos e adubos orgânicos. Ainda
hoje, os meus avós, com a ajuda do Borda d’Água, baseiam-se nas fases da lua
para fazer a poda. Mal sabem eles que estão a aplicar princípios da
biodinâmica!
Vinhos Naturais: são conhecidos
também por vinhos de “mínima intervenção”, ou seja, o trabalho na adega é
apenas de controlo e não de manipulação. A fermentação arranca com as leveduras
indígenas e dura o tempo que a natureza ditar, normalmente em barrica ou lagar.
Os vinhos não passam por processos de filtração, daí poderem apresentar-se
turvos.
Vinhos Vegan: já no final da
produção, o vinho passa por um processo de clarificação, onde normalmente são
usados subprodutos de origem animal. O mais comum é a albumina, retirada da
clara de ovo. Os vinhos desta categoria são clarificados por outro processo, de
origem mineral, como é o caso do carvão ativado.
Perguntará o leitor: mas afinal,
são melhores ou piores? A minha resposta é simples: são diferentes.
O que conta é o gosto e as ideologias
de cada um.
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