MINI HIDRICA - Deputados do CDS questionam Ministério do Ambiente sobre construção
O Grupo parlamentar do CDS-PP questionou ontem o Ministério do Ambiente sobre a construção prevista de uma central mini-hídrica no rio Mondego, junto à Foz do Caneiro, no concelho de Penacova.
No documento, assinado por Serpa Oliva, João Pinho de Almeida, Artur Rego e Altino Bessa, o ministério liderado por Dulce Pássaro é instado a explicar se foi encomendado algum estudo económico que justifique a construção da estrutura, sendo ainda perguntado se «está consciente dos prejuízos económicos que vai causar às populações e às empresas», assim como dos «prejuízos ambientais que resultarão da destruição das margens e dos habitats naturais ribeirinhos».
Na base das questões apresentadas está o facto do rio Mondego, especialmente entre Penacova e Coimbra, ter, no desporto e no turismo, «uma mais-valia turística», considerando os deputados que o troço em questão é, em termos de canoagem, «o mais turístico de Portugal, com seis empresas a laborar em permanência.
Defendem os parlamentares centristas que, «só este sector turístico representa um volume de negócios directo anual que ronda os 500 mil euros, acrescendo toda a actividade turística a montante», contabilizando «cerca de 30 mil turistas» a realizar a descida do rio em canoa.
A actividade, recordam, já sofre com a existência de oito cortes no rio, que dificultam a realização da prática da canoagem, sendo que a eventual construção de «um muro artificial de 10 metros de altura não só representaria «a destruição daquela que é a principal actividade das empresas turísticas», com custos em termos do desemprego e da destruição dos habitats naturais ribeirinhos.
Os deputados do CDS-PP lembram também que a construção da mini-hídrica «contraria o investimento de 3,5 milhões de euros» na criação de uma escada de peixe no açude-ponte em Coimbra.
No documento entregue na Assembleia da República, o Ministério do Ambiente é também questionado se «a definição desse aproveitamento hidroeléctrico vai, ou não, ter em consideração o futuro Plano de Gestão Hidrográfica», sendo colocada a questão de se é considerada imprescindível a «aplicação do instrumento da Avaliação Ambiental Estratégica», no futuro Plano de Implantação das Pequenas Centrais Hidroeléctricas a ser desenvolvido pelo Governo.