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Nos 82 anos dos Bombeiros de Penacova, António Simões baptiza nova viatura

Bombeiros de Penacova assinalaram 82.º aniversário em clima de festa, mas com muita emoção à mistura
 

Os Bombeiros Voluntários de Penacova comemoraram ontem 82 anos de vida, com uma cerimónia muito sentida onde não faltaram as lágrimas, sorrisos e muitas manifestações de regozijo pelo percurso já percorrido.
Não foram, no entanto, esquecidas algumas reclamações, nomeadamente as que têm a ver com modelos de financiamento, concretamente no que diz respeito ao transporte de doentes não urgentes, situação que preocupa as corporações.
Um dos momentos importantes foi o que marcou a entrada no corpo activo de nove novos bombeiros, contrastando com a saída de apenas um, o segundo comandante Luís Amaral, que passou para o Quadro de Honra.
Os novos soldados da paz receberam formação durante os últimos meses e estão aptos, como explicou o comandante António Simões, «a passar menos tempo em casa», especialmente nesta época dos fogos.
Segundo o comandante de Penacova, a formação destes bombeiros revestiu-se de alguma inovação, no sentido em que estiveram em Oliveira do Hospital a aprender a combater incêndios urbanos, numa «parceria interessante », tendo também passado pelo quartel dos Sapadores de Coimbra.
Aos novos membros, António Simões disse que «o que se espera de todos é dedicação», sublinhando esperar «que este momento marque a vossa vida».
O comandante seria depois o protagonista, ao ver o seu nome no novo Veículo de Socorro e Apoio Especial, vulgo desencarceramento pesado, opção justificada pelo presidente da Associação Humanitária, Paulo Dias, por António Simões ter sido «quem mais pediu e pugnou» pela viatura.
Na verdade seria a bombeira mais nova da corporação, Andreia Martins, a receber as chaves, com António Simões a desejar que «tome conta dela até ser crachá de ouro». Por outro lado, fez um agradecimento especial a Henrique Fernandes e a Jaime Soares, pelo esforço na obtenção do meio operacional.
«O veículo é de todos vós (bombeiros), deveria ter o nome de todos», afirmou o comandante.

Empossados novos membros do comando
A sessão solene que se seguiu, no salão nobre, ficou marcada por vários momentos emotivos e marcantes para a corporação, nomeadamente com a posse do segundo comandante, Vasco Viseu, e da adjunta de comando, Alice Pimentel.
Não fosse o acto suficientemente marcante, representou ainda mais para os presentes, no sentido em que ontem, o anterior segundo comandante, Luís Amaral, passou ao quadro de honra, tendo sido descerrada a sua fotografia na galeria de comandantes do salão nobre.
«Podes ter orgulho do trabalho na obra que fizeste», disse-lhe António Simões.
O presidente da Liga de Bombeiros, Jaime Soares, lembrou também o antigo adjunto de comando, Artur Dias, falecido em Julho de 2010, e cujo cargo só agora foi ocupado, por Alice Pimentel.
Foram atribuídas as habituais condecorações por assiduidade, tendo sido atribuídos crachás de ouro aos chefes Rui Martins e Eduardo Assunção, pelos seus 35 anos de actividade ininterrupta.
Quem não estava à espera de receber um crachá de ouro era o anterior presidente da direcção, António Miranda, que dirigiu a associação durante 19 anos, até ao início deste ano.
O dirigente, agora presidente da Assembleia Geral, afirmou que «foi o serviço cívico que me deu mais prazer fazer», elogiando ainda os dois novos elementos do comando, «pessoas bem  preparadas e que têm à frente um comandante capaz».

Contra retirada de receitas próprias
O seu sucessor, Paulo Dias, disse que «não podemos aceitar que nos seja retirada uma grande fatia de receitas próprias», insurgindo-se contra a redução do preço do transporte de doentes não urgentes.
«Devemos optar por um sistema misto de financiamento, em que possamos competir com os privados em pé de igualdade, com o Governo a regular», preconizou, defendendo que «os investimentos no sector não devem ser anulados, mas atribuídos com outros critérios», nomeadamente tendo em conta as necessidades operacionais.
Já Jaime Soares enalteceu o voluntariado dos bombeiros portugueses, garantindo que «deveria ser o orgulho dos governantes», antes de criticar o sistema implantado, porque «não se pode fazer socorro e ainda ter de pagar».
«Não podemos viver de caridade », disse, lembrado que «o transporte de doentes não urgentes é um problema grave», para frisar que «não podemos ser comparados a taxistas e não me calarei enquanto estiver em causa o interesse dos bombeiros e do país».

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