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Património da memória


Não sei se alguma vez serviu de habitação, mas esta pequena casa (ou palheiro) construída em local ermo, junto a terrenos de cultivo, longe das povoações e incrustadas na barreira dão um ar nostálgico à paisagem serrana. Ela enquadra-se perfeitamente, complementando sem ferir, na paisagem local. É de construção simples, quatro paredes de pedra, um soalho e o telhado.
Esta velha cabana, fica perto de Aveledo, num vale formado pela ribeira (ribeira de Aveledo), onde existem pequenos pedaços de terreno cultivável. Esta casa deverá servir (penso eu) de abrigo ao agricultor, durante o rigor do Inverno e, ao mesmo tempo para guardar as colheitas agrícolas.
Quem for mais atento reparará que no espaço do concelho de Penacova existem ainda outras pequenas casas, parecidas com esta e com a mesma finalidade. Algumas estão completamente abandonadas e já não cumprem com a função a que foram destinadas, mostrando já sinais de decadência, pronunciando o seu desaparecimento.
Estas cabanas, a par com as eiras, faziam parte da ruralidade penacovense do século passado, quase todas as aldeias tinham uma. A eira era mais utilizada no Verão e era constituída por um terraço de pedra de lousa onde se secava o milho, o feijão, trigo além de outras colheitas agrícolas e tinha também um palheiro, onde se guardava esses produtos.
Com o evoluir dos tempos, é natural que essas “casas” venham a desaparecer, tal como tem acontecido com tantas azenhas que, deixando de ter utilidade, são simplesmente votadas ao abandono até caírem em total e irreversível ruína. Pouco se poderá fazer, pois a sua importância é relativa tendo em conta o seu pouco valor arquitectónico, apesar de ser um vestígio da ruralidade penacovense de outros tempos. Enfim, fica a memória !

Por Óscar Trindade

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