OPINIÃO - A produção de cal em terras de Penacova
A produção de cal em terras de Penacova, segundo reza a
História, remonta ao século XVIII. Existiam vários núcleos de fornos,
distribuídos pelo concelho, sendo o mais importante o situado em Casal de Santo
Amaro, nas proximidades de Penacova. Aqui produzia-se cal parda, que se
destinava à construção civil e, também, como correctivo de solos agrícolas,
tornando a terra mais fértil.
A actividade de fabricação
de cal foi abandonada na segunda metade do século XX, talvez devido ao carácter
artesanal deste ofício, que não se modernizou e ao aparecimento da cimenteira
de Souselas, a poucos quilómetros de distância. Assim, finda a produção da cal,
estes fornos ficaram devolutos, esquecidos e entrando em progressiva ruína, não
sendo nada dignificante o seu estado actual, tendo em conta a sua importância
histórica e arquitectónica no contexto penacovense.
Apesar
de se ter restaurado um forno e construído um pequeno museu, não foi o
suficiente para recuperar o espaço e proteger os restantes fornos da ruína o
que hoje constitui um mau cartão-de-visita, apesar de figurar como local a
visitar no roteiro turístico de Penacova. O turista ao aqui chegar ficará, com
certeza, decepcionado, pois o que esperava encontrar não será aquela paisagem
cercada de mato e de outros tipos de lixo.
O
espaço museológico não se deve restringir ao edifício do museu mas sim a todo o
espaço onde estão construídos os fornos e estes devem ser, com urgência, motivo
de obras de restauro a fim de não se perder um património único no nosso
concelho. Muito há para fazer, enquanto há tempo.
Por
Óscar Trindade