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PENACOVA o concelho que cruza a serra e o rio

SINGULARIDADE Meandros do rio e suaves encostas da serra ditaram a beleza de um concelho que sempre aproveitou a benesse da natureza

A natureza continua a ser ‘rainha’ no concelho de Penacova. Mesmo para quem está na vila, as magníficas paisagens que se observam de vários pontos e, particularmente da varanda de Penacova”, ali mesmo ao lado dos Paços do Município e que também foi alvo de intervenção, confirmam que estamos numa terra de rara beleza.

Belas paisagens em que a serra e o rio se entrelaçam, conferindo uma genuinidade muito própria a esta região que, ao longo dos tempos, tem assistido ao nascimento de alguns empreendimentos que têm ditado o desenvolvimento e progresso do concelho, como os moinhos de vento, a navegabilidade do rio e depois as barragens, nomeadamente a Barragem da Aguieira, que marcou um período de apogeu na década de 50 do século passado.

Hoje, continua a ser a riqueza hidrográfica a potenciar o desenvolvimento, sobretudo com uma aposta no turismo de natureza, já que o rio é muito procurado para a prática de desportos náuticos, além de também ser possível descobrir o concelho com outros olhos, a partir de percursos pedestres, BTT, escalada, actividades radicais e porque não, a pesca desportiva.

Dividido entre a rara beleza natural, a riqueza arquitectónica, os benefícios da rede hidrográfica e excelentes acessibilidades, o concelho reúne as condições para se projectar no futuro.

Com uma área total de 220 quilómetros quadrados e cerca de 17 mil habitantes, com três vilas, o concelho é actualmente atravessado por importantes vias rodoviárias, nomeadamente o IP3 e o IC6 que, por si só, garantem grande facilidade de acesso ao concelho e que potencia o desenvolvimento das duas zonas industriais do concelho.

A aliar a todas estas vantagens, o concelho de Penacova oferece ainda uma história rica que pode ser um verdadeiro

factor de atracção turística. Basta começar pelas ruas empedradas da zona histórica que dão acesso à principal praça da vila, apreciar a beleza natural a partir da Pérgola Raul Lino, descer ao Mirante Emídio Silva, onde se pode respirar o ar puro da região, ou então sair da vila e visitar outros ex-libris e que fazem parte da história do concelho. É o caso dos três núcleos de moinhos de vento, já que a moagem foi deveras importante para a economia da região. Na Serra da Atalhada (na margem esquerda do Mondego), encontra-se um dos maiores conjuntos, tal como o da Portela de Oliveira e Gavinhos, além de outros núcleos de menor dimensão, como em Paradela, Aveleira, Cabeça Gorda. Chã da Mata e Cerejo.

Já em Casal de Santo Amaro, o património cultural leva o visitante a descobrir os fornos de cal, outra fonte de riqueza para as gentes de Penacova. Refirase, a propósito que nos anos 30 do século XX nos quatro formos em funcionamento, trabalhava 80 por cento da população activa dos lugares de Galiana, Casal de Santo Amaro, Ribela e Casalito. Aquela zona do concelho beneficia de excelentes condições para a exploração de cal. As diversas pedreiras de rocha levou a que a região fosse muito procurada para construir os referidos fornos. Uma vista ao concelho contempla ainda outras vertentes.
O visitante deverá considerar que é necessário tempo para descobrir toda a riqueza do concelho.

Depois da beleza da paisagem, dos moinhos e dos fornos de cal, porque não visitar as barragens, imponentes na sua dimensão e descobrir parte importante da história do país ou um dos monumentos naturais quase único, a conhecida Livraria do Mondego. Uma formação rochosa, disposta quase verticalmente que lembra os livros numa estante. Mas o património edificado é outra referência, cujo exemplo mais relevante é o Mosteiro do Lorvão. Motivo para descobrir os doces conventuais, sabores únicos feitos pelas mãos sábias de antigas heranças.

E é no campo dos sabores que Penacova se impõe com a famosa lampreia, (que antes subia o rio) que dá o nome a um festival gastronómico com periodicidade anual e que leva ao concelho muitos visitantes que também se podem deliciar com o peixe do rio frito e outras iguarias que não faltam à mesa das gentes de Penacova.