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PATRIMÓNIO - Filarmónica de S. Pedro de Alva comemora 47 anos de existência

Mais um ano a comunidade de S. Pedro de Alva viveu e celebrou o 47.º aniversário da sua Filarmónica. Teve como parceira neste evento a Orquestra de Sopros da Academia Musical da Banda de Ourém, que honrou e enobreceu a data. Depois da celebração da missa, por alma de sócios e fundador da Casa do Povo falecidos, as duas Filarmónicas enriqueceram a vila com os seus acordes, finalizando a actuação defronte à estátua do grande estadista que foi Dr. António José de Almeida. Mas a prestação das duas bandas seria reavivada com um concerto no final do convívio, que aproveitaram para tocar e cantar os parabéns e partilhar o corte do bolo de aniversário.


INEM: um aparte focado pelo comandante dos Bombeiros

O comandante dos Bombeiros de Penacova, Prof. António Simões, que entretanto teve que se ausentar, não só valorizaria o papel da Filarmónica, no campo cultural, como no de voluntário, tal como os bombeiros, embora em missões totalmente diferentes, sublinharia um caso que aconteceu durante a arruada. Um executante que foi acometido de doença súbita, mas que entretanto não teve consequências de maior, foi socorrido pelo INEM de Arganil, quando o de Penacova estava mais perto, chegando a juntar-se as duas viaturas. Alertou para a desconexão que está a verificar-se com o socorro feito por ambulâncias, apontando o dedo aos serviços responsáveis nesta matéria. Quando é necessário «apertar o cinto», vê-se que assim não acontece com algumas organizações do Estado, continuando a gastar-se dinheiro sem necessidade.


O aniversário com caras novas

O presidente da banda, José Eduardo Costa Correia, salientando o esforço que tem sido feito para manter a banda, fa­lou da carolice e empenho de uns tantos para continuar a dar-lhe vida, bem como as autarquias e colaboradores que vão dando ânimo para que a filarmónica continue viva e por isso continuará a contar com o apoio de todos dando o melhor à filarmónica. Falou dos novos executantes que entraram nas fileiras da banda, dos três monitores que a escola de música hoje possui: o regente Justino Martinho e os filhos João e Pedro. Pediu mais ajudas, sobretudo à Câmara, para que o presidente «escrevesse umas notas de maior duração para que nos ajude a melhorar a nossa melodia». Agradeceu o empenho da vereadora da Cultura, Fernanda Veiga, do seu sempre prestimoso apoio pontual à Filarmónica, não esquecendo o papel da Junta de Freguesia, sempre pronta a ajudar, bem como outras organizações e empresas. A última palavra deixada foi para os confeccionadores e servidores do almoço.



Sem a Filarmónica todos ficaríamos mais pobres…

Falando dos 47 anos de vida da aniversariante, das dificuldades e de alegrias passadas, que afinal valeram a pena, o presidente da Casa do Povo deixou o seu apreço a diversas figuras que muito têm dado à banda, mas particularizou a de José Eduardo, que «vive a nossa Filarmónica e ela já faz parte de si», sendo admirado e respeitado por todos, sobretudo pela juventude. Alfredo Santos Fonseca, reconhecendo também o papel do regente e dos filhos, que muito têm dado à banda, considerou que a Filarmónica é sem dúvida uma mais-valia na freguesia e região, pois «sem ela ficaríamos mais pobres». Deixou a nota de que no dia 16 haverá ali outro convívio, que tem como objectivo angariar fundos para colmatar as despesas existentes com a requalificação do edifício da Casa do Povo.

Apesar de todas as crises as bandas serão as últimas coisas a perder

Se da parte da Filarmónica de Lorvão, Rui Batista sublinharia que se deve manter viva a chama das Filarmónicas, que sendo uma das coisas boas que existem nas comunidades não se devem perder e neste aspecto deixou o apelo para que a banda de Penacova seja reavivada, a fim de não se perder mais um bem de âmbito cultural, o presidente da Federação das Filarmónicas do Distrito, Américo Santinho, salientou que as nossas gentes devem continuar a ter música para passar momen­tos alegres e para isso «temos que ser unidos para andar em frente, para que o futuro das filarmónicas continue a ser promissor».



Os autarcas dizem de sua justiça

Se o presidente da Junta de Freguesia, Luís Adelino, fortalece a ideia que tem de haver união em torno da Filarmónica, que é um emblema forte de S. Pedro de Alva, relevando o trabalho exercido por José Eduardo, um homem que honra todos aqueles que sentem as coisas da terra, e dizendo que com equipas destas é fácil ser-se presidente de Junta», o vice-presidente da Câmara, Eng. Ernesto Coelho, também como filho de S. Pedro de Alva e presidente da Fundação Mário da Cunha Brito, de cuja instituição teceu os maiores elogios, já que presta um valioso serviço à comunidade, não olhando ao que as pessoas são ou pratiquem, disse que, como estava em família, era nesse sentido que via o aniversário da Filarmónica, sendo dentro deste prisma que a dedicação e trabalho se devem manter nas instituições, deixando a ideia de que «é muito mais importante aquilo que nos une, do que aquilo que nos separa», e a nota de que no futuro a freguesia terá outro patamar.
Maria João, filha do executante José Correia de Almeida, que antes tinha tido um momento menos bom na sua saúde, deixou uma mensagem de reconhecimento a todos da forma como rodearam a situação menos boa por que seu pai tinha passado momentos antes.


As gerações que fazem a vida de uma Filarmónica



As associações, sobretudo as Filarmónicas, foram sempre e continuam a ser uma escola de formação cívica nas comunidades. Se a cultura para alguns não é mais do que um passatempo barato, para outros elevam-na e fazem-na crescer com os ensinamentos que absorvem, com as práticas que vão adquirindo e com os exemplos daqueles que no dia-a-dia lhes vão incutindo no seu âmago.
Neste caso da Filarmónica da Casa do Povo de S. Pedro de Alva, José Eduardo Costa Correia é um exemplo de tenacidade, de trabalho, mas sobretudo de amor à causa que abraçou. Valores que são transmitidos para dentro e por isso é que a banda vai tendo seguidores, e com eles ela continua forte e viva, com muita juventude.

Na foto vemos duas gerações. José Eduardo, com oito anos à frente da direcção e mais como executante, tem a seu lado os estreantes Sérgio Daniel Flórido, de 11 anos, de Paredes; Diogo Alexandre Casaca Almeida, de 13 anos, de S. Pedro de Alva; Sílvio José Santos Henriques, de 13 anos, de Silveirinho; e o veterano Joaquim Duzarte Ferraz, com 67 anos, vive em Pinheiro de Ázere, há 20 anos é executante e está ligado a Castinçal pelo coração.

Como dizemos, é com estes e outros exemplos que se constroem vidas solidárias, onde a amizade e a simplicidade têm que ser fortes e dinâmicas.

Parabéns à Filarmónica da Casa do Povo de S. Pedro de Alva.




Texto e última foto José Travassos de Vasconcelos
Restantes fotos AMBO