LBP: Jaime Marta Soares, aplaude a auditoria pedida pelo Ministério da Administração Interna.
Ministério da Administração Interna mandou auditar as contas da
Escola Nacional de Bombeiros referentes aos últimos dez anos. A notícia,
avançada neste sábado pela Antena1, agrada ao presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses
(LBP), Jaime Marta Soares, que aponta problemas na gestão daquela
entidade.
Os auditores começaram já a trabalhar e deverão
passar a pente fino todos os dados relativos à gestão financeira, às
actividades, às remunerações, ao Cenafogo (um campo de treinos em Arruda
dos Vinhos, no distrito de Lisboa, que nunca chegou a funcionar) e aos
contratos feitos com a Força Especial de Bombeiros (FEB).
A LBP,
que é uma das associadas da escola em parceria com a Autoridade
Nacional de Protecção Civil (ANPC), ainda não tinha, a meio da tarde
deste sábado, sido oficialmente informada desta auditoria. No entanto, o
seu presidente aplaude a iniciativa do ministro Miguel Macedo. “Com
certeza que o senhor ministro não ordena esta inspecção sem razões para o
fazer”, afirma Jaime Marta Soares.
“Por uma questão de
transparência da vida pública, não se perde nada com esta auditoria”,
reforça. O presidente da LBP espera que a equipa de auditores seja
“eficaz, expedita e competente” e que apresente resultados
“rapidamente”.
A inspecção deverá revelar se há pormenores da
gestão da escola que devem ser corrigidos. Jaime Marta Soares considera
que há: “A escola tem um orçamento de 16 milhões de euros e cerca de 14
milhões de euros são para pagar actividades que não têm a ver com a
escola”, afirma o responsável.
Em causa está o pagamento de
salários dos operadores de central espalhados pelo país e dos bombeiros
da FEB, os “canarinhos”, que “nada têm a ver com a escola”, sublinha
Marta Soares, acrescentando que aquela entidade funciona como “barriga
de aluguer”.
“É preciso fazer uma arrumação na Escola Nacional de
Bombeiros, implementar técnicas e fazer as opções necessárias para
melhorar a gestão”, reforça. Para apoiar a decisão do MAI sobre o futuro
da escola, que deverá ser tomada em 2013, a LBP vai reunir-se em
Janeiro para debater o modelo que melhor possa responder às exigências
da actividade. "Estou convencido de que as nossas sugestões não irão
cair em saco roto", afirma o presidente, que elogia o desempenho de
Miguel Macedo. "Este ministro não fala muito nas coisas, opta por
fazê-las, e isso é bom."
Já em 2005 o MAI tinha ordenado uma
auditoria financeira “urgente” à Escola Nacional de Bombeiros, com a
justificação de que foram “detectados incumprimentos legais de relevo”
na instituição.
Em Março daquele ano, o então secretário de Estado
adjunto do ministro da Administração Interna, Paulo Pereira Coelho,
afirmava que o objectivo da auditoria – solicitada à Inspecção-geral de
Finanças – era “esclarecer a ligação financeira entre a Escola Nacional
de Bombeiros e o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil”.
[fonte]
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