CULTURA - Município de Penacova patrocina livro “Estórias do Mondego”
O Rio Mondego é o protagonista das
histórias que se contam ao longo das 224 páginas do livro, mas, da nascente à
foz, foram muitas as vidas por ele «moldadas». Das gentes de aldeias submersas
pela construção da Barragem da Aguieira ou do Baixo Mondego, tantas vezes
devastado pelas cheias, aos pastores, barqueiros, lavadeiras, pescadores e
salineiros, são dezenas as personagens que fazem parte de “Estórias do
Mondego”. A obra, escrita por cinco jovens licenciadas em Jornalismo pela
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), é apresentada amanhã,
pelas 17h00, a bordo do Basófias.
João Figueira, sócio da Ideias Concertadas
e professor da FLUC, coordenou o livro de oito capítulos «cheios de aventura,
de humor, ternura e muito afecto», que dão a conhecer as alegrias e dificuldades
da vida nas margens do rio. «São estórias de muitos tempos e épocas que, em
conjunto, nos mostram fragmentos de muitas vidas e que, no entanto, não esgotam
o maravilhoso e enorme manancial de
narrativas ainda por descobrir e contar»,
escreve João Figueira, na nota introdutória do livro.
A obra pretende mostrar ao público
que nasce e vive nas cidades, estórias com detalhes de uma humanidade
desconhecida, da solidão da serra, da dureza da lavoura nos arrozais, do trabalho
áspero das salinas. Os testemunhos foram recolhidos em cerca de três anos de
trabalho no terreno, com entrevistas a
pessoas com mais idade, que guardam a memória dos acontecimentos que marcaram a
vida do Mondego e as suas.
Ao Diário de Coimbra, o professor
de Jornalismo sublinha «a elevada qualidade literária das histórias, umas mais
tristes, outras mais divertidas, com diferentes estilos de escrita, mas todas
extraordinariamente cuidadas, que tocam o leitor».
Catarina Pinto, Catarina Prelhaz,
Joana Moura, Mariana Pardal e Ana Raquel Carvalho assinam os textos. José Pedro
Fernandes, Carlota Rebelo e
Gonçalo Ermida, também
licenciados em Jornalismo e Ciências da Comunicação, são os autores de grande
parte das fotografias, a que se juntam fotos antigas cedidas ou adquiridas para
a obra.
O terceiro capítulo do livro é dedicado
ao Ramal da Lousã. João Figueira explica que tal acontece pela importância que o
ramal tem para a região de Coimbra e porque ainda não existia nada escrito
sobre ele. De resto, o percurso do Mondego é paralelo ao do ramal e existem mesmo
histórias em que as duas existências se cruzam.
A publicação de “Estórias do Mondego”
é iniciativa da Ideias Concertadas e da empresa de design gráfico FBA, «a quem
se deve, pela concepção gráfica e do design, a transformação deste livro num
objecto estético», diz João Figueira.
A edição inscreve-se na
programação da Semana Cultural da Universidade de Coimbra, que este ano
celebrou o tema da Água, e recebeu um patrocínio da Águas do Mondego. As
autarquias de Coimbra, Penacova e Gouveia também apoiaram o projecto,
adquirindo alguns exemplares da obra agora publicada e que estará à venda por
cerca de 25 euros.
Jornalista Andrea Trindade
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