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OPINIÃO - Um Orçamento de Estado coerente!

No início, subida de impostos, cortes nos salários, cortes nas reformas, cortes nas pensões, encerramento de serviços, cortes na saúde, escola e segurança social. Resultado: o défice de 2013 será de 5,8% do PIB, 0,4% acima do objectivo negociado que também já tinha sido revisto pois era inicialmente de 4,5%. Cinco mil milhões de austeridade para que tenha ficado tudo por resolver ou ainda pior.
Solução encontrada pelo Governo para 2014 para contrariar a situação económica e financeira do País: mais subida de impostos, mais cortes nos salários, mais cortes nas reformas, mais cortes nas pensões, mais encerramento de serviços, mais cortes na saúde, escola e segurança social.
Ou seja, o Governo perante uma receita que já deu provas de não ser solução, apresentou o Orçamento de Estado para 2014 exactamente assente nos mesmos pressupostos.
Há no entanto um mérito! Este Orçamento é coerente com as políticas deste Governo. Coerente a fomentar as desigualdades. Coerente a empobrecer os portugueses. Coerente a aumentar o desemprego. Coerente no ataque aos funcionários públicos, empobrecendo-os cada vez mais, invés de reformar a Administração Pública como tem sido prometido de há dois anos a esta parte.
Cortam-se salários chorudos de 600€. E desce-se o IRC cobrado às grandes empresas, como se fossem estas as grandes geradoras de emprego, esquecendo que o nosso tecido económico é constituído, sobretudo, por PME e que são estas as verdadeiras entidades empregadoras. Mantêm-se os actuais escalões de IRS e os valores do IVA, continuando com o autentico disparate de insistir na taxa de 23% na restauração.
Ao contrário do que muitos dizem, o Governo não é só incompetente. Estas medidas assentam em princípios ideológicos!
Mas o Governo também sabe, que as previsões apresentadas para 2014, com estas medidas, não vão ser atingidas. Crescimento do consumo em 0,1% com estes cortes é utópico, tanto mais que se estima que em 2013 seja de 2,5% negativos. Da mesma forma que é utópico 4% de défice e um crescimento de 0,8% do PIB quando para 2013 se estima uma descida de 1,8%.
Este Orçamento reflecte a forma como o Governo olha actualmente para o País e para os portugueses: com desdém e total insensibilidade!
O único objectivo é agradar à troika a qualquer custo. E assim se destroem sonhos,
vidas, famílias, empresas e instituições. E várias gerações! O que ficará depois?

Originalmente publicada na edição impressa do Diário de Coimbra de 28.10.2013

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