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REPÚBLICA - Penacova celebra feriado que a democracia “matou”

Reis Torgal é o orador da conferência “o 5 de Outubro:  nascimento, vida, morte e ressurreição de um feriado nacional.

Foi um dos feriados extintos pelo Governo, mas não é por isso que vai deixar de ser assinalado em muitos municípios do país. Em Penacova, cabe ao professor catedrático Luís Reis Torgal ser um dos protagonistas das comemorações não oficiais de amanhã. Vai, em conferência, falar, precisamente, do “nascimento, vida, morte e ressurreição” do 5 de Outubro.
A propósito do encontro, marcado para as 16h00, no auditório da Biblioteca Municipal de Penacova/Centro Cultural, Reis Torgal diz que a extinção do feriado cívico comemorativo da República, que se verificou a 25 de Junho de 2012, «matou um feriado fundamental da cidadania portuguesa e da sua memória histórica». «O 5 de Outubro não representava apenas a instauração de um novo regime, mas também a afirmação de novos ideais e dos novos símbolos, o Hino e a Bandeira, esta apresentada publicamente no primeiro feriado celebrado na I República, o 1.º de Dezembro, também abolido pela mesma legislação do trabalho», refere o catedrático aposentado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Na verdade, Luís Reis Torgal afirma mesmo que a extinção do feriado significou não só a sua «morte», mas também «uma mudança de paradigma na forma como os feriados foram criados ou extintos».
«Não o foram, com efeito, através de leis que apelassem para a memória histórica, justificando de forma cultural a sua criação ou extinção, mas sim por simples omissão, através de uma legislação sobre o trabalho, de acordo com o economicismo e a crise económica, social, cultural e moral que caracteriza os tempos recentes», afirma, lamentando que tenha sido um «Governo da democracia», a dar a machadada final no 5 de Outubro. Antes da conferência, assiste-se ao hastear da Bandeira e à deposição de flores no busto de António José de Almeida, o sexto Presidente da República, natural de Penacova, a quem se presta homenagem. À noite, há teatro no Centro Cultural, com a apresentação da peça “O principezinho no  séc. XXI”, pela Oficina de Teatro da Biblioteca Municipal João Brandão, de Tábua. M.A.

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