SÃO PEDRO DE ALVA - 48 anos depois a Filarmónica da Casa do Povo volta a brilhar
Num dia soalheiro deste final de 2013
– 15 de Dezembro – a Filarmónica da Casa do Povo de S. Pedro de Alva, volta a
brilhar ao celebrar os seus 48 anos de existência. Antes designada Filarmónica
da Estrela de Alva, ligada àquela considerada cerâmica e formada pelos seus
trabalhadores, foi depois agregada à Casa do Povo, onde ainda se mantém,
passados que são cerca de meio século, graças ao denodo do saudoso Dr. António
Adelino de Lemos.
A festa teve como parceira a
Filarmónica Lealdade Pinheirense, de Pinheiro de Ázere, que ao chegar ao Largo
António José de Almeida, que confina também com o edifício da Casa do Povo,
iniciou a sua marcha pela vila, em saudação à população, o que fez também a
aniversariante, depois de ter feito uma romagem ao cemitério e ter assistido à
missa, por alma do fundador, regentes e filarmónicos.
Após este quadro musical ao ar livre,
e depois de ambas as Filarmónicas se aprumarem junto à estátua daquele grande
estadista da freguesia de S. Pedro de Alva, tocando uma e outra, deu-se início
ao convívio, que reuniu mais de 200 pessoas, no final do qual houve as
intervenções da praxe, com destaque para os dirigentes e autarcas.
2013 teve balanço positivo
O presidente da
Filarmónica, José Eduardo Costa Correia, depois de agradecer à banda forasteira
por ter anuído ao convite, e após lhe ser entregue uma prenda pela sua
presença, referiu que «dentro das nossas possibilidades o 2013 foi um ano
positivo», dado que «a nossa escola de música esteve aberta às quartas e
sábados e, como sempre, continua a funcionar gratuitamente», contando com a
colaboração, além do regente, Justino Almeida Martinho, dos dois irmãos João e
Pedro Martinho, respectivamente profissional de Música do Conservatório de Música
de Coimbra e aluno da Escola Superior de Música do Porto. Olhando para trás, pensa
que a filarmónica não deixou os créditos por mãos alheias, pois durante o ano
«vestimos a nossa farda algumas vezes e dignamente soubemos honrar». Elogiando
a forma como o regente tem trabalhado na dignificação da banda, com trabalho e
dedicação, também não deixou de mencionar a presença de antigos filarmónicos,
«porque a filarmónica também tem um bocadinho de cada um de vós», em relação
aos apoios autárquicos agradeceu o subsídio da Câmara, que embora não seja o suficiente,
alertou que «os nossos jovens merecem mais, pois o apoio que se recebe não será
uma despesa para o município, mas sim um investimento na formação de homens e
mulheres de amanhã». Espera também, José Eduardo Correia, que a União de
Freguesias continue a colaborar, particularizando a ajuda que possa dar ao 3.º
Encontro de Bandas de Mondalva, a realizar em 2014. Depois de entregar uma
pequena lembrança aos três elementos de primeiro ano – Diogo, Sílvio e Sérgio –
o presidente da banda anunciou a aproximação de eleições para a respectiva
secção, que espera haja alternativas, frisando que já faz parte da direcção há
18 anos e 10 como presidente, pelo que pediu que se introduza ar fresco na
instituição, através de eleições que se iriam realizar no dia 27.
Último aniversário como presidente da Casa do Povo
O presidente da Casa do Povo, que
devido a ventos menos favoráveis com a sua saúde, depois de agradecer a todos
que se têm importado com a Filarmónica, entre directores, responsáveis de execução
e amigos, particularizando a figura de José Eduardo Correia, «pela sua
dedicação e amor à nossa Filarmónica», deixou a nota de que «este será o último
aniversário que assisto na qualidade de presidente da direcção da Casa do
Povo», pois será substituído em Março, quando termina o seu mandato e haverá
eleições. Mas antes de deixar o cargo, através do qual e de tantos outros muito
fez pela comunidade (somos testemunha disso), Alfredo Fonseca tem esperança de
ainda na vigência deste mandato venha a conseguir o Estatuto de Utilidade Pública
para esta instituição. Satisfeito pelo brilhante desempenho das secções,
Folclore e Natação, a par da Filarmónica, pela sua intensa actividade, deixou a
nota de que a Câmara deverá ter melhor atenção e carinho para com elas, «se
possível aumentando os subsídios».
Evocada a figura de António Adelino de Lemos
Seria o novo
presidente da União das Freguesias de S. Pedro de Alva e S. Paio de Mondego,
Vítor Manuel Cunha Cordeiro, a evocar a figura de António Adelino de Lemos, que
«em 1965 fundou esta Filarmónica, dando o mote para a criação e formação de
novos executantes, com a colaboração de antigos músicos da Filarmónica da
Estrela de Alva». Confessando que nestes anos nem tudo fossem rosas, referiu
que «a Filarmónica tem prestado um serviço à comunidade e levando mais longe o
nome de S. Pedro de Alva e de toda esta região». Hoje, graças à tenacidade de
José Eduardo Correia, que lhe tem dado continuidade, tem «contribuído, assim,
decisivamente, para a dinâmica e juventude da Filarmónica». E para que não se
deixe «cair por terra todo um trabalho já feito pelos seus antecessores e que
carece de continuidade», garantiu que podem contar com a Junta de Freguesia.
A Câmara não abdica de apoios
O presidente da Câmara Municipal
de Penacova, sempre presente nestas e noutras iniciativas de carácter local e
tradicional, não só felicitou a Filarmónica e todos os que com ela mais
directamente colaboram, bem como a Casa do Povo, pelo que tem feito em prol de
S. Pedro de Alva, em cuja coberta se desenvolve viva actividade. Por tudo isto,
o Dr. Humberto Oliveira prometeu que o Município não descurará o apoio às colectividades,
particularmente às de S. Pedro de Alva.
E a festa terminou com o concerto
pelas duas bandas, culminadas com o corte do bolo de aniversário, com todos a
cantarem, com alegria, «os parabéns à nossa Filarmónica»
Jornalista - José Travassos de Vasconcelos
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