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FOZ DO CANEIRO - VI encontro com as artes e tradições


Revitalizar as tradições e a memória do passado é um dos desígnios da Expo Arte e Cultura, uma iniciativa do Grupo Desportivo da Foz do Caneiro que decorre no fim-de-semana. Este ano a mostra tem como tema dominante a Ribeira d´Arcos, um dos afluentes do rio Mondego e à qual está associado um vasto património, que o grupo não quer perder.

Sandra Ralha, presidente da direcção da colectividade, fala com entusiasmo nas «mais de 50 azenhas» que outrora existiam, entre a zona da Aveleira e o Porto da Barca do Lavrador, onde desagua a ribeira. Azenhas que, recorda, «eram usadas para moer os cereais, sobretudo o milho», levando os «moleiros a andar de terra em terra para vender a farinha, usada para confeccionar a broa e o pão».

O Grupo Desportivo do Caneiro já empreendeu uma viagem de descoberta deste património, ao longo da Ribeira d´Arcos. «Há algumas azenhas recuperadas pelos respectivos proprietários», diz Sandra Ralha, com visível satisfação, dado conta de um dos projecto do grupo, que passa pela criação de percursos pedonais, ao longo do curso da ribeira, que «permitam descobrir as azenhas e valorizar esse património».

Às azenhas juntam-se os «barcos do lavrador, que ainda existem na aldeia e que, antigamente, eram usados como meio de transporte entre a Foz do Caneiro e Coimbra». Levavam desde a lenha aos célebres palitos, «um ícone da freguesia do Lorvão», realça Sandra Ralha, mas também alimentos, tendo em conta que «se trata de uma zona predominantemente rural». Na viagem de regresso, certa era a presença do sal, «proveniente da Figueira da Foz», adianta.

Tendo como tema a Ribeira d´Arcos, a sexta edição da Expo Artes e Cultura conta, de acordo com aquela responsável, com a presença de 27 expositores, que vão mostrar os seus trabalhos na sede da colectividade. São, explica Sandra Ralha, artesões locais, que mostram o seu engenho. Alguns deles ao vivo, como é o caso de um artesão que faz os trabalhosos palitos, ou outros dois que, também a partir da madeira, recriam os barcos do lavrador, bem como as azenhas e as rodas. O universo de expositores contempla ainda a área da gastronomia, ressalva.

A inauguração está marcada para amanhã, às 16h30, e animação não falta, com uma demonstração de judo, a cargo da Associação Desportiva de Casal da Misarela, e actuação da Fanfarra dos Bombeiros de Penacova. Para a noite está reservada a apresentação dos alunos das Concertinas do Caneiro, a actuação do Grupo de Concertinas de Serpins, para acabar com um baile à moda antiga. No domingo o certame abre às 10h00 e encerra às 20h00. 

Inauguração do Parque Infantil

«Já não temos escola primária, mas ainda temos crianças», afirma Sandra Ralha. E porque se pretende «o melhor para as nossas crianças», o Grupo Desportivo entendeu que era importante «criar um espaço onde pudessem brincar». Assim surgiu o projecto do parque infantil, instalado nos jardins da colectividade, cuja construção contou, sublinha a presidente, com o apoio da Câmara de Penacova e da Junta de Freguesia de Lorvão. A inauguração está marcada para amanhã, às 15h30. 

Domingo comemora-se o Dia do Sócio

O Grupo Desportivo do Caneiro celebra domingo o Dia do Sócio, «a razão de ser da colectividade», diz Sandra Ralha, assinalando, também, os 20 anos da construção da sede, que aconteceu já com o grupo em plena actividade, fruto do empenho e espírito benemérito de Franklin Lopes, «um brasileiro residente na Foz do Caneiro, que deu grande parte do dinheiro necessário para a obra», recorda a presidente.

O programa inclui um almoço, às 13h00, e às 16h00 cantam-se os parabéns, com bolo e espumante. A tarde é de animação, com o Grupo Cantar Travanca do Mondego e a Banda Black Suit, estando encerramento previsto para as 20h00, com entrega de uma lembrança aos convidados


Texto de Manuela Ventura

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