CIÊNCIA VIVA - O céu de janeiro de 2015
Em
2015 comemora-se o Ano Internacional da Luz e das tecnologias baseadas nesta. O
objetivo principal deste evento é alertar-nos para as várias formas como a luz
tem sido usada para melhorar as nossas condições de vida.
A
Astronomia, como tantas outras áreas do saber, não existiria sem luz. Tal vai
para além do facto de basear-se principalmente na análise da radiação
proveniente de fontes longínquas. Afinal, até algo tão fundamental como a
transmissão dos dados obtidos pelas sondas espaciais depende da radiação eletromagnética.
Assim,
ao longo deste ano de 2015 terão lugar diversas atividades, algumas das quais
resultantes do Ano Internacional da Astronomia (AIA) que decorreu em 2009. O
Dark Skies Awareness, uma iniciativa que pretende alertar para o problema da
poluição luminosa, é um bom exemplo dessas atividades resultantes do AIA.
Para
além do Ano internacional da Luz, 2015 reserva-nos outros eventos, o primeiro
dos quais tem lugar logo nos primeiros dias do ano: a chuva de meteoros das
Quarantidas. Esta é assim chamada pois os seus meteoros parecem surgir de uma
parte do céu (o radiante) ocupada pela antiga constelação Quadrans Muralis
(atualmente em desuso).
O
pico desta chuva de estrelas tem lugar na noite de dia 3 para 4. Nas melhores
condições serão de esperar cerca de 40 meteoros por hora em locais muito
escuros. Mas a presença da Lua impossibilitará a observação de tantos de
meteoros.
Nesta
mesma madrugada, de 3 para 4, a Terra atinge o seu periélio, i.e. o ponto da sua
orbita mais próxima do Sol. Mas, como nesta altura do ano o hemisfério norte
está voltado na direção contrária à do Sol, em Portugal os dias são
notoriamente mais curtos e frios do que eram há seis meses atrás.
Na
madrugada seguinte tem lugar a Lua Cheia, com esta na constelação dos Gémeos.
Ao final da noite de dia 7 para 8 iremos encontrar a Lua a cinco graus a Sul de
Júpiter e, na madrugada seguinte já estará a 4 graus a Sul de Régulo, a estrela
mais brilhante da constelação do Leão.
Por
seu turno, no dia 11, Mercúrio situar-se-á a pouco mais de meio grau de Vénus.
O
quarto minguante lunar dar-se-á no dia 13. Por esta altura a Lua estará 3 graus
a norte da estrela Espiga da constelação da Virgem.
Dia
14 Mercúrio atinge o seu maior afastamento para Leste relativo ao Sol. A partir
deste dia Mercúrio vai-se aproximando cada vez mais da direção do Sol, deixando
de ser visível perto do final do mês.
A
Lua atinge a sua fase Nova no dia 20, mas só a iremos ver na noite de dia 21,
com esta junto a Mercúrio, e na noite seguinte entre Vénus e Marte.
Bem
perto do final do mês, na madrugada de dia 27, temos o quarto crescente. Esta é
das melhores fases para se observarem os montes e crateras lunares.
Boas
observações!
Fernando Gutiérrez Pinheiro (CITEUC) - Ciência
na Imprensa Regional – Ciência Viva
Figura 1: Céu a sudeste
pelas 5 horas da madrugada de dia 4. Igualmente é visível o radiante da chuva
de meteoros das Quarantidas, e a posição da da Lua nas madrugadas de dias 8, 9,
13 e 16.
Figura 2: Céu a sudoeste
pelas 18 horas e meia de dia 14. Igualmente são visíveis as posições da Lua,
Mercúrio, Vénus e Marte no dia 21, e da Lua no dia 22.