SAÚDE - Estudo revela hábitos tabágicos em meio escolar
São os alunos mais novos, entre os 12
e os 13 anos, os que mais relatam
ter começado a fumar na escola, sendo a tendência maior nas raparigas,
revela um estudo sobre hábitos tabágicos
em meio escolar, desenvolvido em conjunto pela Delegação de Coimbra da
Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP) e pelo Laboratório de Bioestatística e
Informática Médica (LBIM) da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
(FMUC).
O estudo, que envolveu 3.289 alunos (1584 do sexo masculino e
1705 do sexo feminino) do 7º ao 12º ano
de escolaridade, provenientes de 20
escolas do Concelho de Coimbra, mostrou, no entanto, que a grande maioria (79%) de estudantes não fuma.
Dos 21% fumadores, cerca de metade (10,2%) fá-lo regularmente,
consumindo em média meio maço de
cigarros por dia.
Todos os resultados deste
inquérito aprovado pelo Ministério da Educação e Ciência, onde também se
avaliou o conhecimento dos alunos relativamente à relação entre doenças
pulmonares e o tabaco, vão ser apresentados amanhã, dia 17 de novembro,
pelas 17h30m, na delegação de Coimbra da FPP, no âmbito
da III Semana do Pulmão.
Para João Rui de Almeida,
Presidente da Delegação de Coimbra da FPP, estes resultados «alertam para a necessidade de se apostar em
campanhas de sensibilização nas escolas sobre os malefícios do tabaco, e de
sensibilizar também os pais para esta realidade, dado que a maioria dos alunos
fumadores (51,9%) diz que os pais fumam em casa. Este estudo revela ainda que é
nas escolas que os alunos mais jovens (12-13 anos) começam a fumar.»
Por seu lado, Francisco
Caramelo, coordenador da equipa do LBIM que realizou a análise dos dados,
salienta o facto de «se observar nestes
alunos um padrão de crescimento do número de fumadores com a idade. Isto traduz
que existe um efeito cumulativo, ou seja, quem começa a fumar dificilmente
deixa de o fazer, e a probabilidade de fumar aumenta cerca de 1,5 vezes por
cada ano.»
Verificou-se ainda que a
maioria dos alunos fumadores (51,9%) refere ter familiares na sua residência
que fumam. Esta percentagem desce para 40, 6% no caso dos não fumadores, notando-se haver uma grande prevalência de
alunos fumadores passivos.
Embora a generalidade dos
alunos (95,8%) afirme ter consciência dos malefícios do tabaco, só 57,9% dos
fumadores revelou que gostaria de deixar de fumar.