JUSTIÇA - Injúrias e Facebook levam benfiquistas a julgamento
Está marcado para meados de
Novembro o julgamento de seis adeptos do Benfica, acusados, um deles, por
injúria a um militar da GNR, e outros cinco por terem ofendido a instituição,
através de comentários na rede social Facebook.
O episódio passou-se no dia 16 de
Fevereiro de 2014, cerca das 18h55, junto à Casa do Benfica de Penacova, que
então era situada na Avenida 5 de Outubro, junto ao agora inexistente balcão do
BPI. Neste dia, um domingo, tinha-se iniciado, às 17h00, o jogo contra o Paços
de Ferreira, que o clube da Luz acabaria por vencer por 2-0.
Pelas 18h55, uma patrulha da GNR
resolveu identificar, anotando as matrículas, os oito automóveis que encontrou
mal estacionados, o que motivou uma reacção “vigorosa” por parte de um homem de
62 anos, residente em Vila Nova, que é agora acusado de dois crimes de injúria
agravada.
De acordo com o Ministério
Público, o homem, ao aperceber-se de que os militares estavam a apontar as
matrículas, para eventual auto de contra-ordenação, e já quando estes estavam
dentro da viatura, a sair do local, gritou “«palhaços, chulos, vão mas é
trabalhar».
Os dois guardas pararam o carro
ouvindo novamente «sãos uns chulos, uns palhaços». Um deles agarrou no braço do
homem e terá dito para lhe chamar o nome que tinha dito antes – isto segundo
algumas testemunhas do processo de instrução -, sendo que o homem, já com
antecedentes de doença cardíaca, sentiu-se mal e acabou por ficar prostrado no
chão, tendo sido transportado para os Hospitais da Universidade de Coimbra,
onde foi operado de urgência ao coração.
O homem apresentou queixa contra
o militar que o abordou, dizendo que o tinha agredido com um murro no peito,
tese que o Ministério Público não acolheu, depois de ouvir várias testemunhas
que estavam no local. Assim, este indivíduo, vai ser julgado por dois crimes de
injúria agravada.
No banco dos réus vão estar mais
cinco pessoas, todas acusadas de um crime de Ofensa a Organismo, Serviço ou
Pessoa Colectiva, devido a comentários ofensivos à instituição Guarda Nacional
Republicana, efectuados no Facebook nos dias seguintes.
Trata-se do filho do indivíduo
que terá proferido as injúrias, um homem de 32 anos, também residente em Vila
Nova, uma rapariga de 30 anos, residente na Cheira, bem como um casal de 59 e
56 anos, assim como outro penacovense, de 69 anos, que tem residência oficial
em Oeiras.
A acusação transcreve os
comentários, como «nem a um animal se faz o que fizeram. Por mais razão que
tenham não se faz... mas continuem a passar multas ao domingo à noite e deixem
andar os ladrões a roubarem e traficarem», ou, «esta GNR é uma vergonha... Vale
mais fecharem a merda do posto».
Trata-se de apenas de dois
exemplos das várias publicações, com texto e imagem, efectuadas pelos cinco
arguidos, e que motivaram a acusação também a estes elementos.
José Carlos Salgueiro - Diário de Coimbra