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TURISMO - Nacional 2 é alternativa à oferta turística do litoral


Apresenta-se no mapa como uma linha vertical no meio do rectângulo que é Portugal Continental. Com 739 quilómetros, a Estrada Nacional 2 atravessa o país de Norte a Sul - vai de Chaves a Faro - e percorrê-la é ter oportunidade de conhecer a identidade e o património português na sua diversidade de culturas, gastronomias e paisagens. Usar esta “estrada mítica” para criar riqueza, fixar e atrair população nos 32 municípios que atravessa é o objectivo da Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2, ontem apresentada em conferência de imprensa na Casa da Cultura de Pedrógão Grande.


Luís Machado, presidente da Câmara Municipal de Santa Marta de Penaguião e “pai” desta ideia de uma rota turística definida pela Nacional 2, sublinhou que não existem outras estradas com as mesmas características em mais nenhum país da Europa e comparou-a às mundialmente conhecidas Ruta Nacional 40, que atravessa a Argentina, e Route 66, que percorre os Estados Unidos.

À Associação de Municípios, que será formalizada sábado em Santa Marta de Penaguião, na presença do secretário de Estado das Autarquias Locais, aderiram já 26 dos 32 municípios que a estrada atravessa. Tendo por base um roteiro turístico diversificado e que se assume como «alternativa à oferta turística do litoral», o objectivo «é criar riqueza para os territórios, fixar a população e atrair inovação», explicou o autarca de Santa Marta, concelho onde ficará sediada a associação.

A imagem corporativa já existe. Um passaporte que o turista pode carimbar em todos os municípios por onde passa, ementas e alojamentos dedicados, a promoção dos melhores produtos endógenos dos 32 municípios, seja qual for o ponto da rota, materiais de promoção turística e uma agenda cultural que agregue os principais eventos de cada município, são algumas das formas de colocar o projecto no terreno.

Luís Machado adiantou que, em articulação com a Infraestruturas de Portugal, será feita a devida marcação dos quilómetros da Nacional 2 e a sinaléptica com referenciação aos principais pontos de interesse turístico à entrada de cada município. A utilização das “casas do cantoneiro” ao longo da estrada também deve integrar o protocolo de colaboração.

Promoção turística a nível internacional

O autarca e membro do grupo de trabalho que arrancou com o projecto espera que as entidades regionais de Turismo e o Turismo de Portugal ajudem na promoção internacional desta rota, que «é uma grande oportunidade para o país». «É um projecto fabuloso que pode ganhar rapidamente imagem e projecção na Europa», referiu Luís Machado. Odete Paiva, vereadora da Câmara Municipal de Viseu, considerou que este «é o projecto que toca os territórios de baixa densidade a que os decisores políticos não podem ficar indiferentes». «Cruza zonas absolutamente inexploradas, gastronomias que não são conhecidas, paisagens que não são vistas», referiu, sublinhando o seu valor «estruturante» para o país.

Valdemar Alves, presidente da Câmara de Pedrógão Grande, foi ontem anfitrião de uma sessão em que estiveram ainda presentes autarcas de Penacova, Góis, Sertã, Viana do Alentejo, Vila Pouca de Aguiar, Castro Daire, Vila de Rei e Chaves.

Andrea Trindade – Diário de Coimbra