INCÊNDIOS - Friúmes unida na dor na homenagem a dois “filhos da terra”
A pacata localidade de Friúmes
foi pequena para albergar o elevado número de pessoas que prestou a última
homenagem a Alfredo e José Simões, os dois irmãos, de 41 e 43 anos,
respectivamente, que perderam a vida, de forma trágica e prematura, no incêndio
de Vale Maior, domingo passado, quando tentavam salvar os bens agrícolas da
família.
Ambos viviam em Coimbra, mas
possuíam uma casa em Vale Maior, na União de Freguesias de Friúmes e Paradela
da Cortiça (Penacova) e, foi, precisamente, quando se deslocaram à aldeia na
tentativa de ajudar a retirar a lenha e o material de apicultura do pai,
guardado num barracão, nu - ma zona ao fundo de Vale Maior, que foram
surpreendidos pelas chamas que lavraram intensamente naquela zona. A freguesia
uniu-se ontem para se despedir e homenagear os “filhos da terra”.
A consternação e a tristeza
eram visíveis nos rostos. O cortejo fúnebre, entre a igreja de Friúmes e o
cemitério local, fez-se num silêncio ensurdecedor, com os carros que
transportavam as urnas a serem ladeados por um “cordão” formado por familiares,
amigos ou, simplesmente, conhecidos, num cortejo encabeçado pela Irmandade.
A homilia na lotada Igreja
de Friúmes, presidida pelo bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, foi singela
mas de extremo significado, levando cada um dos presentes a uma profunda
reflexão.
«Muito poucas palavras podemos dizer num momento como este», diria o
bispo, sublinhando que, numa «altura de
dor, tristeza e profundo sofrimento», todas as palavras podem «parecer supérfluas».
«A tragédia que assolou o país, a região e a nossa diocese ficará para
sempre gravada na memória, mas precisa da nossa união e da nossa humildade para
entender o sentido da vida», frisou D. Virgílio Antunes.
«Humildade, não quer dizer resignação», explicou, mas o importante
na mensagem do bispo, é que nesta fase da vida, quando tudo parece não ter
qualquer significado, é que exista apoio mútuo entre as pessoas. «Apoiai-vos uns aos outros», pediu D.
Virgílio Antunes.
Antes de terminar a sua
intervenção, o bispo de Coimbra falou aos presentes sobre a mensagem de
estímulo que o Papa Francisco enviou em relação aos incêndios que assolaram o
país e a região.
Ricardo Busano –
Diário de Coimbra
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