PROTOCOLO - Mealhada, Mortágua e Penacova unidos na defesa da floresta
Foi ontem assinado, no Palace
do Buçaco, um projecto-piloto, a nível nacional, entre os municípios da
Mealhada, Mortágua e Penacova e o Instituto da Conservação da Natureza e
Florestas (ICNF), entidade que assinou um outro protocolo, com a Fundação que
gere a Mata. Os dois envolvem um investimento de 360 mil euros, financiado pelo
Fundo Florestal Permanente.
O projecto–piloto integra-se
na estratégia da Defesa da Floresta Contra Incêndios e no combate e controlo de
espécies invasoras. «Na prática, estamos
a falar de três equipas de sapadores florestais, que os municípios estão a
criar e que o ICNF se propõe a reconhecer. Depois, estarão as condições
reunidas para se proceder a candidaturas disponíveis», disse fonte do ICNF.
Equipas que serão coordenadas por um gabinete florestal, a ser criado e também
candidatável. «No fundo, este é um
protocolo de intenções e objectivos, com duração de três anos», sublinha o
ICNF, referindo que «o valor dado a cada
autarquia por cada equipa florestal será de 40 mil euros».
Humberto Oliveira, da Câmara
de Penacova, não podia estar mais satisfeito. «Este é um protocolo repartido, que consolida o que já tem vindo a ser
feito pelos três municípios, que é defender este património», afirmou,
enaltecendo que a sua maior preocupação vai «para a floresta que teremos daqui
a 20 anos». «Julgo que vamos ficar na
história pela capacidade que tivemos de gerir um território comum»,
concluiu.
Para Júlio Norte, presidente
da autarquia de Mortágua, «a história do
“meu limite ser ali no cimo” acabou!. Estamos a preservar este espaço e a ser
exemplo para os restantes municípios», afirmou, garantindo que «da mesma forma que se venceu a Batalha do
Buçaco, serão, a partir de agora, vencidas as das parcerias!».
Rui Marqueiro, do município da
Mealhada, elogiou o trabalho «de
proximidade do secretário de Estado» e recordou que «estes três municípios
repartem já uma associação (ACIBA) e têm a felicidade de os seus três
presidentes se darem bem!», continuou, aproveitando para fazer um «apelo à cidadania»: «Não vandalizem um património que, dia após
dia, lutamos para que seja melhor. Recentemente, uma casa de banho foi
destruída e não é para isso que trabalhamos!».
Para Miguel Freitas, secretário
de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, «o dia foi de concretização de um objectivo comum». E relembrou que
«13 dias depois de tomar posse, estava
no Buçaco, atento às preocupações do presidente da Fundação».
«Percebi logo que estava perante um grande património, que estava a ser
bem trabalhado, mas desprotegido...», continuou, elogiando a «boa vizinhança» do município da
Mealhada, que “acabou” na assinatura deste protocolo. «Espero que seja um projecto de sucesso e replicável por todo o país»,
disse.
Palavras corroboradas por Capoulas
Santos, ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural. «A Mata do Buçaco é um pontinho no mapa, mas
não é um pontinho qualquer», disse, enaltecendo o trabalho intermunicipal
feito pelas três autarquias: «Quantos
mais protocolos destes existirem, melhor será o trabalho de todos».
O protocolo entre o ICNF e a
Fundação Buçaco prevê a implementação de um Plano Específico de Intervenção
Florestal e a instalação de um sistema de videovigilância inovador. O documento
contempla ainda a valorização, conservação e manutenção do arvoredo
classificado e o desenvolvimento de acções de educação ambiental e de
sensibilização destinadas à população escolar e público em geral. Haverá ainda
investimentos na sinaléctica da Mata.
Mónica
Sofia Lopes – Diário de Coimbra
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