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AMBIENTE - Região de Coimbra prepara-se para enfrentar alterações climáticas



A Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM-RC) está absolutamente consciente das consequências das alterações climáticas e a preparar-se para as mesmas com um plano de ação que ascende aos 4,7 milhões de euros. Esta manhã, foi apresentado, na Mealhada, o projeto ClimaAgir, que atuará a nível da sensibilização, com vista a alteração comportamental das populações.

O ClimaAgir vai fazer das crianças suas mensageiras. Através de uma espécie de roadshow que irá percorrer todo o território da CIM, as crianças serão sensibilizadas para a questão das alterações climáticas e da promoção da floresta autóctone, com recurso a uma tenda itinerante recheada de conteúdos didáticos, como vídeos, jogos e livros, bem como das mensagens da mascote do projeto, o sobreiro “Bolotas”.

A mensagem será passada através das escolas e das crianças já que são elas que conseguem sensibilizar e mobilizar famílias para alterações práticas. É urgente adaptar as nossas vidas e políticas públicas à alteração do clima que já existe”, sublinhou João Ataíde, presidente da CIM-RC, no decorrer da cerimónia de apresentação do ClimAgir.

Esta é uma das sete medidas já em curso, de um total de 68 medidas prioritárias para a região, no âmbito do Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas (PIAAC), documento estruturante que contempla o conhecimento das especificidades setoriais (agricultura, alimentação, florestas, biodiversidade, recursos hídricos, estuários e zonas costeiras, infraestruturas e energia, turismo e saúde humana), avaliação da vulnerabilidade atual e futura às alterações climáticas e identificação, definição e priorização de medidas de adaptação específicas para o território da CIM Região de Coimbra.

Esta espécie de roadshow não se ficará, porém, pelas escolas. Jorge Brito, secretário-executivo da CIM-RC, explicou que o projeto abrange outros três eixos: praias, saúde pública e município, “procurando assim chegar ao maior número de pessoas possível dos 19 municípios” -  Arganil, Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Lousã, Mealhada, Mira, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Mortágua, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure, Tábua e Vila Nova de Poiares.

Rui Marqueiro, presidente da Câmara Municipal da Mealhada, recordou que o município sofreu, este ano, efeitos da tempestade Leslie e já havia, nos últimos dois anos, sofrido o flagelo dos fogos florestais para referir a necessidade de cidadãos e políticas públicas estarem, cada vez mais, atentos a esta questão. “Não há dúvida de que alguma coisa se está a passar e temos que nos preparar, todos, para os efeitos das alterações climáticas”, afirmou.

Também o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, saudou o programa da CIM-RC, sublinhado a importância da consciencialização das comunidades intermunicipais, traduzida em programas próprios, como os de alterações climatéricas ou de ordenamento florestal. “Os últimos dois anos provam que temos que fazer mudanças radicais”, afirmou, evidenciando o desequilíbrio entre as emissões anuais de carbono, em Portugal, que ascendem aos 60 milhões de toneladas, e a captação, que é feita apenas pela floresta, e que se fica pelos 10 milhões de toneladas.




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