VIOLÊNCIA DOMÉSTICA - Governo lança guia de boas práticas dos media para casos de violência doméstica e contra mulheres
A Secretaria de Estado para a Cidadania e a Igualdade
lançou esta quinta-feira um guia de boas práticas dos órgãos de
comunicação social para a prevenção e combate à violência contra as mulheres e
violência doméstica.
De acordo com o comunicado enviado pelo Governo, o guia
de boas práticas vai chegar às redacções e escolas de jornalismo de todo o país
e resulta de uma parceria com os vários grupos e órgãos de comunicação social,
com a Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC), com o Sindicato dos
Jornalistas Portugueses e com especialistas em género e comunicação.
O documento apresenta uma lista de recomendações, como
por exemplo enquadrar a violência contra mulheres como violência de género,
evitar culpabilizar
as vítimas, evitar a romantização da violência utilizando termos como “crime passional”, fazer acompanhar
qualquer notícia sobre violência contra as mulheres e violência doméstica de
informação de rodapé com as linhas de apoio existentes e enfatizar
a natureza pública do crime de violência doméstica.
Estas e outras recomendações fazem parte de um conjunto
de dez objectivos expressos no guia, acompanhados de vários exemplos concretos,
que têm como objectivo capacitar a comunicação social para a protecção
da vítima e para o combate
a este tipo de crimes.
Segundo a secretária de Estado para a Cidadania e a
Igualdade, Rosa Monteiro, citada no comunicado, “a forma como os crimes de violência contra as mulheres e violência
doméstica são tratados pelos órgãos de comunicação social é determinante para o
modo como estes são entendidos e interpretados pelo público. A frequência
com que os incidentes são noticiados, o destaque que lhes é dado, as
informações incluídas ou omitidas, as palavras utilizadas para descrever o
sucedido — todos estes factores fazem a diferença na compreensão social da
violência”.
Segundo o Relatório Anual de Monitorização de 2018 sobre
este crime, divulgado em Julho, no total foram registadas pelas forças de
segurança 26.432 participações de violência doméstica, 11.913 das quais pela
GNR e 14.519 pela PSP, correspondendo a uma diminuição de 1,2% face a 2017.
Lisboa (5981), Porto (4614), Setúbal (2458), Aveiro (1804) e Braga (1801) foram
os distritos onde se registaram mais queixas.
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