ECONOMIA - Famílias portugueses preveem gastar em média 387 euros no Natal
Cada família portuguesa prevê gastar em média 387 euros
este Natal, mais nove euros do que em 2018, mas menos de metade do valor
pré-crise e abaixo da média europeia de 461 euros, revela hoje um estudo.
Segundo as conclusões do Estudo de Natal 2019 da
consultora Deloitte, "este
aumento do orçamento das famílias para a época natalícia vai ao
encontro do otimismo registado pelos portugueses em relação à
economia nacional", já que, "de
entre os oito países em análise, Portugal é o que regista um índice de
confiança económica mais elevado, com 72% dos inquiridos a considerar que a
economia nacional é estável ou está em crescimento".
Segundo a Deloitte, os perto de 400 euros que cada
família portuguesa prevê gastar no Natal inclui gastos estimados em presentes,
refeições, eventos sociais e viagens, tendo esta última categoria sido
adicionada ao estudo apenas no ano passado.
"Apesar deste
aumento, a média nacional encontra-se ainda longe da europeia, que este ano se
fixa nos 461 euros, mais 74 euros que o expectável para o mercado português",
e representa ainda menos de metade dos valores gastos nos anos pré-crise,
destaca.
"Depois de um período de acentuado pessimismo durante os anos da crise, a confiança das famílias portuguesas na evolução da economia e do seu poder de compra tem assistido a uma evolução positiva desde 2012. Essa recuperação não se traduz, contudo no nível de gasto durante a quadra natalícia que, apesar de uma ligeira recuperação, se mantém estável nos últimos cinco anos em valores inferiores a metade do que se observava nos anos pré-crise", afirma Pedro Miguel Silva, 'Associate Partner' da Indústria de Consumo da Deloitte.
O estudo volta a apontar a primeira quinzena de dezembro como
"o período preferido para os
portugueses fazerem as suas compras de natal", mas deteta "uma tendência crescente de antecipação
desta atividade, com o mês de novembro a ganhar cada vez mais
peso nas preferências das famílias".
Em novembro, destaca-se a preferência pelo período
da 'Black Friday', onde 68% dos inquiridos admite vir a fazer algumas das suas
compras de natal, um valor idêntico ao da média europeia.
Quando questionados sobre a influência do Orçamento do
Estado - este ano com entrega prevista para 16 de dezembro - nos seus
hábitos de consumo neste Natal, a maioria dos inquiridos nacionais refere que
esta será "moderada", mas
a Deloitte destaca o "crescente
número de portugueses" que procura fazer as suas compras de Natal em
períodos de grandes campanhas comerciais, como a 'Black Friday'.
Os chocolates destacam-se como "o presente favorito" dos portugueses, sendo referidos por 60%
dos participantes na 22.ª edição do Estudo de Natal da Deloitte como
"a prenda ideal para esta época natalícia", numa
preferência partilhada por homens e mulheres.
Para os homens, o top três de presentes mais desejados é
completado por roupas e livros, respetivamente, enquanto as portuguesas
elegem a cosmética/perfumes para o segundo lugar das preferências, seguindo-se
os livros.
A maioria dos portugueses (67%) escolhe os centros
comerciais como "lugar de eleição"
para fazer as compras de Natal, uma tendência que a Deloitte diz não
ser "acompanhada pela maioria dos países europeus que, com exceção de
Espanha, preferem os super e hipermercados e as lojas da especialidade para
obterem os seus presentes".
O mercado 'online' tem vindo a crescer e prevê-se que
possa representar um quarto (25%) das compras de Natal feitas em Portugal em
2019.
Apesar desta tendência crescente -- nota a consultora - as famílias portuguesas continuam a eleger as lojas físicas como o sítio preferencial para adquirirem as suas prendas, apontando como principais razões para esta escolha o serviço personalizado de atendimento, as políticas de devolução e uma maior confiança nos meios de pagamento utilizados.
No que diz respeito à fase prévia da compra dos
presentes, nomeadamente a procura de ideias e o respetivo aconselhamento,
são notórias "algumas semelhanças
entre a realidade nacional e europeia, com os portugueses a recorrerem, além
das lojas físicas (63%), aos 'sites' das marcas (37%), às recomendações de
amigos (31%) e às redes sociais (28%)".
Destinado a analisar as "expetativas, atitudes e comportamentos dos consumidores no período do
Natal", estudo da Deloitte baseou-se em dados obtidos entre
16 de setembro e 11 de outubro de 2019, tendo recebido em
Portugal um total de 786 respostas de participantes com idades entre os 18 e os
65 anos.
Este ano o estudo foi realizado em oito países europeus
referenciados como tendo "hábitos
de consumo semelhantes" (Alemanha, Holanda, Espanha, Itália, Polónia,
Portugal, Reino Unido e Rússia), num total de 7.190 respostas, tendo a amostra
sido selecionada tendo em conta as características sociodemográficas,
os interesses pessoais, o nível de rendimento e o perfil de consumo dos
inquiridos.
Sem comentários
Leia as regras:
1 - Os comentários ofensivos não serão publicados.
2 - Os comentários apenas refletem a opinião dos seus autores.