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EMERGÊNCIA - Ambulâncias de Penacova retidas no CHUC prejudicam socorro das populações



As cinco ambulâncias de socorro dos Bombeiros Voluntários de Penacova estiveram retidas nas urgências do Hospital da Universidade de Coimbra (HUC), mais de uma hora, à espera que os doentes fossem aceites. A situação “é recorrente” e pode “pôr em causa o socorro” aos cidadãos, alertam os bombeiros.

Cátia Vicente - Diário As Beiras

"Todas as ambulâncias estiveram, na quarta-feira de manhã, à espera mais de uma hora, porque o hospital não tinha macas nem cadeiras, para transferir o elevado número de doentes que afluía às urgências e à tarde foi a mesma coisa”, diz António Simões, comandante dos Bombeiros Voluntários de Penacova (BVP). “Enquanto esperávamos, o corpo de bombeiros não tinha qualquer ambulância disponível”, lamenta.

O alerta foi lançado pela corporação também na sua página de Facebook para “informar as pessoas do estado em que as coisas estão e evitar que se desloquem ao hospital em casos menos urgentes”.

“Foi um dia de muitas emergências, tivemos 14 situações”, explica o comandante, dizendo que a média é de 10. Ainda assim, assegura, o problema maior é que, à chegada ao hospital, “têm de ser os bombeiros a acompanhar o doente até à zona de triagem”. “Nós fazemos emergência pré-hospitalar, mas depois temos que estar à espera que os doentes entrem na triagem o que pode demorar horas”, sublinha.

Enquanto isso, há pedidos de auxílio na zona de atuação da corporação que têm de ser passados para os corpos de bombeiros vizinhos” o que, naturalmente, atrasará a resposta.

Nós compreendemos que há muita gente no hospital. Tudo vai lá ter, seja uma emergência muito grave, seja uma unha encravada, mas tem de encontrar uma solução”, afirma o comandante.

O problema afeta todas as corporações de bombeiros, Cruz Vermelha e INEM. “Estamos todos no mesmo barco e não conseguimos desbloquear a situação, nem falar com ninguém, está sempre toda a gente muito ocupada”, lamenta.

Uma hora é tempo demais para um veículo de socorro estar parado”, sublinha, dizendo que a situação condiciona até o funcionamento do quartel. “Ao fim de semana, por exemplo, temos voluntários, se for domingo e o bombeiro tiver que ir trabalhar na segunda e surgir uma situação às cinco ou seis da manhã já não vai porque sabe o tempo que vai demorar no hospital”, refere o responsável.

O Jornal pediu esclarecimentos ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra sobre esta situação, mas não obteve resposta em tempo útil.


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