SOCIEDADE - Estudo revela que as agressões psicológicas são os atos de violência mais frequentes no namoro
Um estudo nacional sobre violência no namoro em contexto universitário revelou que as agressões psicológicas são as mais frequentes, seguidas de atos de violência social, física e sexual.
O estudo revela ainda que 16,4% das mulheres e 9,4% dos homens já foram ameaçados verbalmente ou através de comportamentos que causem medo, como por exemplo gritos, partir objetos ou rasgar a roupa.
Os dados recolhidos entre abril de
2017 e janeiro de 2020 contaram com 3.256 participantes e deram a conhecer não
só a percentagem de situações de violência como questões relacionadas com crenças
sobre as relações sociais de género.
As
respostas aos inquiridos deram, por exemplo, a indicação de que 3,6% das
mulheres e 15,4% dos homens concordam que o ciúme é uma prova de amor enquanto
2,3% das mulheres e 3,1% dos homens discordam que homens e mulheres devem ter
direitos e deveres iguais.
Do total
de participantes do estudo que visa caracterizar este flagelo social a partir
da ótica dos estudantes universitários, 53,9% relataram que já tinham sido
sujeitos a pelo menos um ato de violência no namoro e 35% já o praticaram.
Embora a
violência no namoro seja sofrida e praticada por ambos os sexos, são os homens
quem mais pratica a violência.
Relativamente
ao tipo de violência é destacada a psicológica como a mais prevalente nas
relações de namoro, seguida da violência social, da violência física e, por
fim, da violência sexual.
Do total
de inquiridos, 23,4% das mulheres e 19,6% dos homens já foram criticados,
insultados, difamados e acusados sem razão e 20,7% das mulheres e 11,1% dos
homens já foram controlados na forma de vestir, no penteado ou na imagem, nos
locais frequentados, nas amizades ou companhias.
O estudo revela ainda que 16,4% das mulheres e 9,4% dos homens já foram ameaçados verbalmente ou através de comportamentos que causem medo, como por exemplo gritos, partir objetos ou rasgar a roupa.
Ainda
segundo os dados recolhidos, 14,1% das mulheres e 9,7% dos homens já foram
impedidos de contactar com a família, amigos e ou vizinhos e 13,9% das mulheres
e 10,3% dos homens já foram impedidos de trabalhar, estudar ou de sair
sozinhos.
Outro
aspeto revelado pelo estudo é de que 10% das mulheres e 7,9% dos homens já
foram magoados fisicamente, empurrados, pontapeados ou esbofeteados e 9,5% das
mulheres e 5,2% dos homens já foram obrigados a ter comportamentos sexuais não
desejados.
Do total
de inquiridos, 6,9% das mulheres e 5,5% dos homens já sofreram ameaças de
morte, atentados contra a vida ou ferimentos que obrigaram a receber tratamento
médico.
Quem
praticou e quem sofreu violência no namoro apresenta crenças sobre as relações
sociais de género mais conservadoras do que quem não praticou nem sofreu
violência.
Os homens
são aqueles que apresentam crenças mais conservadoras sobre as relações sociais
de género.
O trabalho
revela que 12,2% das mulheres e 27,4% dos homens concordam que algumas
situações de violência doméstica são provocadas pelas mulheres e 5,9% das
mulheres e 11,8% dos homens concordam que as mulheres que se mantêm em relações
amorosas violentas são masoquistas.
O Estudo
Nacional da Violência no Namoro em Contexto Universitário: Crenças e Práticas é
uma iniciativa da Associação Plano i no âmbito do Programa UNi+, financiada
pela Secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade (1ª e 2ª edições) e pelo
Fundo Social Europeu no âmbito do Programa Operacional Inclusão Social e
Emprego (POISE) do Portugal 2020 (3ª edição).
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