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COVID 19 - Comerciantes de Penacova apreensivos, têm esperança no verão e nos novos hábitos




A apreensão marca o estado de espírito de comerciantes como os de Penacova com a reabertura gradual dos estabelecimentos.

Maria Inês Morgado – Diário As Beiras

Zélia Carvalho recebe agora os clientes na sua Papelaria Kadernus à porta do estabelecimento, com uma mesa e uma barreira transparente. “Como está a correr o negócio?”. “Mal”, responde de imediato. “Está muito parado”, acrescenta. A gerente aponta que os clientes só se dirigem às lojas mesmo para o que é essencial e, adicionalmente, há a incerterza do próximo ano escolar.

Investimentos apanhados pela covid-19 Tânia Oliveira, por seu lado, conta que, na primeira semana, a afluência foi considerável para colmatar necessidades, por exemplo, de calçado de criança, mas com muito receio. No entanto, a segunda semana sofreu uma quebra de clientes, mas, na terceira, já parece existir mais abertura.

A funcionária da Sapataria Tânia e Filipa conta como a loja, que começou em São Pedro de Alva, se expandiu para a vila sede de concelho, mesmo antes do início do confinamento. A loja foi comprada, o investimento foi feito e os compromissos tiveram de ser cumpridos nos últimos meses, mesmo sem receita a entrar em caixa. Para além disso, as portas fecharam com novas coleções no interior, mais investimento sem render. “Esperamos conseguir, mas não sei”, admite.

O contrário aconteceu com Patrick Maia, vendedor ambulante dos Sabores da Aldeia. Se deixou de fornecer restaurantes e cafés nos meses de Estado de Emergência, as vendas quase que duplicaram para mini-mercados. A tendência para compra no comércio local, acredita o comerciante, pode manter-se.

De facto, o encerramento das grandes superfícies constituiu uma oportunidade para negócios mais próximos, notou Tânia Oliveira.

Os clientes procuram os essenciais. Na Padaria do Largo, o café e o pão são os produtos mais procurados, conta a funcionária Paula Peça. A loja que reabriu esta segunda-feira tem agora só um terço do movimento que tinha.

Na lavandaria de Fátima João (Fatilav), os habituais fatos que costumam aumentar até ao verão foram substituídos pelas colchas de inverno e cobertores. O verão é uma época alta para os cuidados dos têxteis por causa das festas, mas este ano, a perspetiva é diferente. As receitas podem ser menores e as despesas fixas mantêm-se.

“Temos de ter fé e esperança”

Graça Margalho, por seu lado, por seu lado, insiste: “Temos de ter fé e esperança. A gente não pode desanimar”. A proprietária da BricoArte, loja de artesanato e lembranças tem consciência de que “este verão não vai ser a mesma coisa”, mas acredita que o mês de junho ainda pode trazer melhorias. Visitar Penacova no verão é uma forma de fugir aos grandes aglomerados populacionais, e aproveitar os monumentos, paisagens, a gastronomia, entre outras propostas, afirma João Azadinho.

O vice-presidente da Câmara Municipal de Penacova recorda que, no ano anterior, já em maio, muitos turistas começavam a afluir ao concelho, nomeadamente, guiados pela rota da Nacional 2. No entanto, a covid-19 teve impacto em toda a atividade turística.

Acreditamos agora que, com o desconfinamento, que os meses de junho, julho e agosto, que as pessoas procurem mais estes lugares aqui do interior”, afirma. Para além disso, a expectativa é de que haja mais turismo interno do que estrangeiro.

Distribuição de máscaras e autocolantes

No que diz respeito à retoma do comércio, João Azadinho defende que “devagar, devagarinho, as pessoas vão ganhando mais confiança”. “De dia para dia vamos vendo mais pessoas na rua, com as devidas precauções. Acreditamos que, realmente, que vai melhorar”, reforça o membro do executivo penacovense.

A ação da autarquia no apoio à retoma do comércio passou pela distribuição de máscaras em colaboração com as autoridades e pela realização de ações de sensibilização. Para além disso, foram distribuídos autocolantes relativos aos cuidados como uso de máscara “também para as pessoas se identificarem com aquilo que é agora, neste momento, obrigatório”.



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