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COVID 19 - Só 150 de 390 praias costeiras começaram a época balnear este sábado





App Info Praia está operacional desde sábado, mas apenas para as praias que abrem oficialmente a época de banhos

CARLA TOMÁS - Jornalista do Expresso

Se a partir deste sábado chegar à sua praia e encontrar à entrada uma bandeira triangular vermelha de 83x74x83 centímetros, deverá procurar outro destino. O melhor mesmo será consultar antes a aplicação Info Praia e verificar se já está a funcionar a sinalização de ocupação das 150 praias costeiras do continente que abriram ontem a época balnear.

Estas praias correspondem a 38% das zonas balneares costeiras nacionais: 113 são no Algarve, 22 no concelho de Almada, 14 no de Cascais e a mais a Norte é a da Vila da Nazaré. Das 133 águas balneares interiores, em rios e albufeiras, apenas duas — a de Unhais da Serra, na Covilhã, e a de Pêgo Fundo, em Alcoutim — estão oficialmente abertas.

As restantes praias de Norte a Sul têm prazos diferentes para iniciar a época de banhos oficial, na sua maioria entre 10 e 27 de junho. E há quatro no concelho de Alcobaça que só começam a 4 de julho. Já na Madeira e nos Açores, cerca de metade das 119 águas balneares já iniciou a época no primeiro dia deste mês.

A disparidade de datas deve-se “à decisão das autarquias e não do Governo”, justifica o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes. “É normal haver datas diferentes todos os anos”, diz. As praias do Norte são normalmente as últimas a iniciar a época, concentrando-a nos meses de julho e agosto. A dificuldade em contratar nadadores-salvadores é outra das razões para este adiamento.

Este sábado é também o dia para fazer o ensaio geral da aplicação Info Praia, que pode ser descarregada gratuitamente ou consultada no site da Agência Portuguesa do Ambiente. É nesta app que se encontrará a sinalização do estado de lotação das praias com as cores verde (para uma ocupação baixa), amarela (para ocupação de um a dois terços) e vermelho (para ocupação plena). O único concelho que vai colocar semáforos na entrada das zonas balneares é Oeiras, que abre a época a 10 de junho.

830 MIL A BANHOS

Para que a informação digital seja disponibilizada aos banhistas, entre as nove da manhã e as sete da tarde, “a Agência Portuguesa do Ambiente terá um responsável por cada administração de região hidrográfica a verificar se os carregamentos do algoritmo estão a decorrer de forma correta”, explica ao Expresso o ministro Matos Fernandes. A operacionalização da aplicação vai depender “da informação que a pessoa designada pelos concessionários ou pelas autarquias introduzir, e que é complementada por informação fornecida pelas beach cams da Vodafone e da Meo, distribuídas por cerca de 150 praias, e coordenada por essa pessoa”, adianta o ministro.

Porém, esta não é a interpretação de todas as entidades. Segundo Paula Vilafanha, vice-presidente da Federação Portuguesa de Concessionários de Praia, “se não houver o apoio tecnológico da Info Praia, as bandeiras não serão eficientes, pois os concessionários dependem desta app para gerir as bandeiras”.

Cada praia recebeu apenas um kit de bandeiras, independentemente de ter um ou muitos acessos, como Carcavelos, por exemplo, cujo areal tem mais de um quilómetro de extensão e uma dúzia de entradas.

Matos Fernandes conta com o bom senso e respeito pelas regras das praias, que considera que “os cidadãos têm demonstrado também no uso dos transportes públicos”, para que a lotação estipulada para cada areal não seja ultrapassada. E mostra-se confiante com o facto de “globalmente as praias nacionais comportarem no total 830 mil pessoas em segurança”.

Recorde-se que, na versão anticovid, a capacidade de carga de muitas praias entre a Nazaré e Vila Real de Santo António, no Algarve, com exceção do Litoral Alentejano, mais do que duplicou, ou quase, face ao que estava previsto como nível de conforto nos planos de ordenamento da orla costeira. Para libertar espaço para quem apenas quer estender a toalha no areal, os concessionários das praias de Cascais decidiram não aumentar a área ocupada para o dobro como previsto pelo novo regulamento.

Como as praias em Portugal são todas de livre acesso, não haverá multas para ninguém que lá estenda a toalha quando estiver içada a bandeira vermelha da lotação, garante o ministro do Ambiente. “Em caso de reiterado incumprimento, cabe à autoridade de saúde encerrar a praia”, esclarece.


Originalmente publicado no Expresso - Acesso exclusivo a assinantes



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