SAÚDE - PS de Coimbra quer Hospital dos Covões em Coimbra com urgência polivalente 24 horas por dia
O PS exige que os responsáveis de saúde garantam um
serviço de urgência polivalente, 24 horas por dia, no Hospital dos Covões, em
Coimbra, e “uma visão estratégica e funcional” para serviços como
cardiologia e pneumologia.
Numa nota enviada à agência Lusa, a Concelhia de Coimbra do
Partido Socialista “exige aos responsáveis de saúde” a apresentação “imediata,
de uma vez por todas, da qualificação do Hospital dos Covões como hospital
geral central e de um plano funcional”.
O Hospital Geral, vulgarmente conhecido por Hospital dos
Covões, deve garantir “um serviço de urgência polivalente digno desse nome e
em funcionamento 24 horas [por dia]” e dispor de “uma visão
estratégica e funcional sobre os serviços”, com “especial destaque”
para a Cardiologia, o Laboratório de Hemodinâmica e a Pneumologia — serviço
cuja transferência para os Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) foi
“anunciada publicamente”, mas “ainda não concretizada”, afirma o PS.
“Fundamental” e “urgente” é igualmente, para
os socialistas de Coimbra, a decisão sobre a construção da nova
maternidade, que resultará da agregação das duas atuais maternidades da
cidade — Daniel de Matos e Bissaya Barreto.
A nova maternidade deve ser criada no Hospital dos Covões,
que é “peça fundamental do plano de recuperação e investimento que
se está a desenhar para o período pós-Covid”, sustenta o PS, considerando-a
também essencial para “as definições do futuro funcional e estratégico em saúde
maternoinfantil, demografia, acessibilidades e coesão da região Centro”.
O PS apela, assim, ao conselho de administração dos CHUC
(Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra), “nomeadamente o seu
presidente [Fernando Regateiro]”, que adote “uma perspetiva proativa
com a ARS [Administração Regional de Saúde] do Centro, com o município de
Coimbra e outros municípios da região” e freguesias, para que “possa tomar
decisões enquadradas nas estratégias municipais de saúde”.
Só deste modo, “o exercício das competências assumidas
pelos municípios na área da saúde” poderão ser “coincidentes com as
ações necessárias para melhor servir as populações”, defende o PS. “Medidas
avulsas tomadas pela administração dos CHUC” poderão “deixar a
saúde em Coimbra estilhaçada”, adverte.
É necessário, conclui, que a ARS do Centro “clarifique
a sua posição perante o processo de destruição do Hospital dos Covões e a
não decisão de construção da nova maternidade de Coimbra” neste
estabelecimento, assumindo “a defesa dos interesses dos cidadãos e dos
doentes da região Centro”.
O presidente do CHUC realçou, no dia 24 de maio, a
importância dos Covões para acolher “funções assistenciais relevantes” e
negou o seu alegado esvaziamento.
“Não há qualquer intenção” de deixar de utilizar o
Hospital dos Covões para nele “localizar funções assistenciais
relevantes, à luz da resposta global que o CHUC tem o dever de organizar para a
procura atualmente registada e que preveja para o futuro”, assegurou então
Fernando Regateiro, reagindo a um outro comunicado do PS de Coimbra, apelando
ao Governo a tomada de uma posição pública sobre o futuro dos Covões e evitar o
“desmantelamento silencioso” deste hospital.
Na ocasião, também o Bloco de Esquerda (BE) de Coimbra tinha
alertado para a inexistência de um “plano de reconfiguração” do CHUC e
criticado as “medidas casuísticas” para o complexo hospitalar dos
Covões, alegando que, “dentro de uma orientação inconfessada”, elas
visam transformar a unidade “em qualquer coisa que (…) ninguém conhece”.
Já em novembro de 2019, o PCP, os Verdes (PEV), o BE e
movimento Cidadãos por Coimbra (CpC) apresentaram na Assembleia da República,
projetos de resolução e uma petição sobre a implementação da nova maternidade
de Coimbra no hospital dos Covões.
Aquelas forças políticas consideravam também que a criação
do CHUC “ a dinâmica de centralização dos cuidados nos HUC” e o “correspondente
esvaziamento de valências no Hospital dos Covões”, como as urgências
noturnas, penalizaram parte significativa da população e conduziram a
um congestionamento insuportável dos serviços do polo do CHUC em Celas (HUC),
na Alta de Coimbra, “degradando a qualidade da sua capacidade de resposta”.
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