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REFLEXÕES - É tempo de solidariedade; não de “venda” de ideias falsas



Caros Leitores do Penacova Actual,

Estou na minha terra - também vossa ou adoptada - assistindo à evolução do que se passa no Mundo, com muita preocupação.

Já aqui tenho escrito sobre temáticas da actualidade e bem sabeis que não é meu timbre “vender gato por lebre”, como dizia a minha saudosa avó Teresa Lebre, justamente.

Leio, por privilégio, os artigos de um blogue chamado “As nossas vidas depois do Covid”, que o meu Amigo Tó Zé Paulino dirige e para o qual eu também escrevo, onde António Silva Santos tem actualizado, sistematicamente,  o seu CoronaVírus Relatório, que recomendo.

Consigo apreender a falta de qualidade da informação pública publicada, independentemente do País ou da região que possamos imaginar: todos mentem!

Este vírus triste que chegou sem enviar mensageiro, colocou-nos A TODOS em sentido e está para durar, para complicar, para destruir...para ensinar da pior maneira.

Destruir vidas; destruir projectos; destruir famílias; destruir economias, enfim, quiçá destruir sonhos!

E, sobretudo, para destruir regiões e mesmo Países.

Se bem repararmos, só nesta semana, para além de termos (enquanto País e enquanto portugueses) sido “barrados” tanto nas entradas com nas saídas, para e de outros destinos a que chamamos amigos, avolumaram-se as suspeitas de o “Espírito Santo Bom” ser, afinal, um diabinho pior do que o original.

Aí - sem sequer sabermos por culpa de quem – temos vindo a enterrar as economias dos pobres, porque são, efectivamente, os pobres – e essa classe a abater (por políticos que nada sabem da vida) dos remediados - que, directa ou indirectamente, pagam tudo, neste País.

Também ficamos a saber que andámos a financiar ventiladores que só servem para situações “de desespero”, ventiladores esses que foram, inclusive, sem estarem certificados por ninguém, oferecidos como material de primeira, por Ministros da República a outros Países, como o Brasil...

Ainda se percebeu, finalmente, como eu já aqui disse, que findo o layoff e o teletrabalho, o que ficará é DESEMPREGO!

E é desemprego porque se as empresas, na sua generalidade grande, estão paralisadas, então outra alternativa não lhes resta do que se apresentarem a insolvência (modo mais sofisticado de dizer falência).

Um parênteses para Vos dizer que se uma percentagem muito, muito elevada (superior a 85%) no nosso País são micro empresas e se estas, por definição, são familiares ou, até, unipessoais, óbvio se torna que uma grande parte do emprego também “abrirá auto-falência”!

Não vale a pena, no momento que estamos a atravessar, tentar dourar a pílula e/ou vender ilusões: VAMOS ATRAVESSAR momentos muito, mas muito difíceis...para os quais não estamos, minimamente, preparados.

E perguntar-se-à:

Entraremos em crise? Será pior do que em 2009?

Infelizmente, não vamos entrar em crise; já estamos em recessão plena, como nunca vista antes!

A diferença entre 2009 e agora é, essencialmente, a impreparação, já que em 2009 todos fomos perspectivando a inevitabilidade da crise.

O Estado, aligeiradamente, esconde a verdade e fica à espera dos milagres que não vão aparecer; avança com pagamentos para isto é para aquilo, sem perceber que se a economia não reage é porque não existem mecanismos reais de reação contra um cenário em que, pura e simplesmente, não se escoando a produção, não é necessário produzir; e se não é necessário produzir, os trabalhadores -os tais que sempre pagam tudo- são descartáveis; e sendo estes descartáveis, os seus rendimentos passam a ser custos do Estado, sem receitas dos impostos, das contribuições e de taxas...até ao momento em que o tal Estado os comece a reduzir, reduzir, reduzir.

MAS COM UM AUMENTO DA DÍVIDA PUBLICA que se vai tornar insustentável.

Não poupámos no tempo das vacas gordas e, agora, estamos de cócoras, como costuma dizer-se.

Assim sendo, tenho para mim que chegou o tempo da solidariedade, entendida esta como o acto de ajudar o vizinho que, efectivamente, por vezes escondendo-o, precisa de ajuda até para dar de comer aos seus filhos.

Chegou o tempo de nos colocarmos nós próprios e as nossas organizações (incluindo as Associações, sem escopo lucrativo, por natureza) ao serviço da comunidade que já ontem precisava de auxílio.

Chegou o tempo de colocarmos de parte os nossos egoísmos primários; os nossos egocentrismos; de deixarmos os nossos laivos narcisicos; de pensarmos que ISTO não nos atingirá, porque nos vai, realmente, atingir a todos!

Verdade crua que nem “a basuca” da mão estendida (que chega quando, afinal?) vai conseguir atenuar.

Luís Pais Amante

2 comentários:

  1. Para acesso ao relatório nº 33, do António Silva Santos sobre o Corona Vírus, assim como aos restantes textos, que os membros do grupo, têm publicado ou sugerido, ver aqui:
    https://groups.google.com/d/msgid/as-nossas-vidas-depois-do-covid-dcv/79ea54b3-a1fc-49a6-973e-12859ea0ad8cn%40googlegroups.com

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  2. O Rigor e a Transparência é exigível e expectável por banda do Estado! Efectivamente, bem sabemos que esse não é o timbre das políticas implementaras ao longo de mais de 3 décadas. E o resultado é precisamente este que vem plasmado neste texto. Assim, importa reconhecer e agradecer o contributo que o Dr. Luís Amante tem vindo a dar nestes tempos de Pandemia que afectam toda a Humanidade a

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