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PROJECTO - O "fantasma" da Mini-hídrica definitivamente abandonado



Está, definitivamente posta de lado a hipótese de construção de uma mini-hídrica no rio Mondego. A informação foi avançada ontem pelo deputado do PSD, Maurício Marques, a quem foi dada a garantia durante uma reunião, ontem também, na Agência Portuguesa do Ambiente. É, assim, posto um ponto final ao projecto contra o qual o deputado se tem vindo a manifestar nos últimos anos que, no seguimento do encontro, onde esteve também o presidente da Câmara de Arganil,  ficou ainda a saber que o rio Mondego tem um projecto de recuperação de habitats, cuja candidatura deve ser apresentada já este mês de Fevereiro.

«Após várias batalhas, dei hoje (ontem) por ganha a luta contra a mini-hídrica do Mondego, pois, no desempenho das minhas funções parlamentares, fiquei não só a saber que este fantasma está completamente posto de parte, como existe um Projecto de Recuperação de Habitats no Rio Mondego desde Formoselha, no concelho de Montemor, até à Raiva, concelho de Penacova», manifestou o deputado.

O Projecto de Recuperação de Habitats no Rio Mondego vai ser candidatado no mês de Fevereiro ao Programa Operacional de Pescas 2013-2015 (PROMAR), tendo como entidade proponente a Universidade de Évora e a Agência Portuguesa do Ambiente como entidade parceira. Pressupõe uma intervenção nos obstáculos existentes e identificados ao longo do rio, entre Formoselha e a Raiva, e que impedem, por exemplo, que espécies como a lampreia, o sável, a savelha ou a enguia, possam subir o rio para desovar e renovar a espécie. Os obsctáculo – açudes – podem, de acordo com o projecto, ser submetidos a um simples rearranjo dos materiais que impedem a passagem dos peixes, adaptação, remoção parcial ou mesmo total dos obstáculos. A existência deste projecto, sublinha Maurício Marques, implica, naturalmente, o abandono do outro, da mini-hídrica, uma vez que um e outro são incompatíveis. «Numa época particularmente propícia à boa lampreia de Penacova, que bom dizer que, daqui a alguns anos, podem subir livremente até Penacova», manifesta ainda o deputado, antigo presidente da Câmara de Penacova.

O projecto identifica os obstáculos existentes no troço de rio em causa e que são administrados pela Agência Portuguesa do Ambiente, Junta de Freguesia de Torres do Mondego (Coimbra), Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares e Câmara Municipal de Penacova. São eles os açudes de Formoselha, Palheiros, Carvoeira e Penacova. Segundo o documento do projecto, as soluções de intervenção a realizar «serão precedidas de levantamentos de campo e de estudos de base e socieconómicos, de forma a econtrar soluções que permitam compatibilizar os objectivos conservacionistas e soecieconómicos».


Margarida Alvarinhas - Diário de Coimbra


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