EDUCAÇÃO - Governo quer que 50% do ensino obrigatório seja profissional
O
Governo pretende que cerca de 50% dos jovens inscritos no ensino obrigatório,
ou seja no 10.º ano de escolaridade, optem pelo ensino profissional "ainda
este ano".
"Os
nossos planos são chegar a 50% ainda este ano, do ensino secundário", ou
seja, "o nosso objetivo é que os jovens escolham as suas carreiras, mas
pensamos que chegar aos 50% na parte da escolaridade obrigatória no ensino
profissional é um objetivo que faz sentido para o país", declarou o
ministro da Educação e Ensino Superior, Nuno Crato, no final de uma reunião com os parceiros sociais.
Governo
e parceiros sociais estiveram mais de quatro horas em concertação social para
discutir a proposta governamental de reprogramação do Quadro de Referência
Estratégica Nacional (QREN) que assume como vetores gerais o reforço dos apoios
ao emprego e aos desempregados e o estímulo às empresas.
Nuno
Crato mencionou que "há novos cursos já este ano", tendo o ministério
incentivado "a abertura dos cursos tendo em conta a capacidade das escolas
para oferecerem esses cursos com qualidade".
Um
segundo critério tido em conta pelo Executivo é "a empregabilidade dos
cursos", disse o ministro da tutela, acrescentando que os jovens terão à
sua disposição "áreas muito variáveis" direcionadas para setores como
o comércio, bens transacionáveis, turismo, restauração e indústria.
De
acordo com Nuno Crato, "o ensino profissional é fundamental para o
desenvolvimento do país e todo o dinheiro empregue na educação dos portugueses
é dinheiro bem empregue".
A
proposta de reprogramação dos fundos comunitários, no âmbito do Quadro de
Referência Estratégica nacional, foi apresentada pelo Governo à Comissão
Europeia em julho, alterando assim as prioridades de financiamento da formação
profissional.
A
mudança mais significativa incide sobre o Programa Operacional Potencial Humano
(POPH), que tem alocados 6,5 milhões de euros, e que passa pelo corte de 564
milhões de euros ao eixo da "adaptabilidade e aprendizagem ao longo da
vida", segundo a proposta do Executivo enviada na segunda-feira aos
parceiros sociais e hoje discutida na reunião.
De
salientar que entre os programas que mais beneficiam da transferência de verbas
dos fundos comunitários está o referente à "formação avançada", sob a
alçada do Ensino Superior, com um acréscimo de 200 milhões de euros.
Patrões
e sindicatos criticaram esta decisão do Governo, alegando que a prioridade está
a ser dada aos jovens e não aos trabalhadores no ativo que precisam de formação
contínua.
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