Orientações da DGS não trazem boas notícias para os clubes desportivos
Modalidades de médio e alto risco, como são a maioria das
modalidades coletivas, terão de fazer testes à covid-19 antes das competições.
Para já, escalões de formação não podem nem competir nem sequer ter treinos “de
contacto”. Apenas os seniores têm luz verde para avançar.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) deu ontem a conhecer as tão aguardadas
orientações para o regresso à atividade desportiva. Bruno Gonçalves, jornalista
do Diário As Beiras, resumiu aqui o essencial das 11 páginas de
orientações.
O regresso à atividade exige uma preparação prévia, com um
plano de contingência por parte da entidade gestora do espaço onde decorre a
atividade física, onde devem constar, por exemplo, “a identificação de áreas
de isolamento e circuitos a adotar perante a identifi cação de um caso
suspeito”.
Todos os praticantes e equipas técnicas terão de assinar um
“código de conduta/termo de responsabilidade”.
A entidade gestora do espaço e/ou o promotor da competição
deve garantir equipamentos de proteção individual necessários. Outra das
medidas previstas é que seja assegurado que, “em todos os espaços fechados e
abertos, é garantido o distanciamento físico mínimo de pelo menos dois metros
entre pessoas em contexto de não realização de exercício físico e desporto (receção,
bar/cafetaria, espaços de circulação, etc.)”. A DGS determina ainda que “não
devem ser realizados treinos simultâneos com partilha de espaço por equipas
diferentes, exceto jogos de preparação e treino précompetições”.
Máscara para todos menos os que estão a treinar
A máscara é obrigatória, “em todos os espaços fechados, ou
abertos em situações que envolvam proximidade entre pessoas”, para “equipas
técnicas; colaboradores e funcionários dos clubes, das infraestruturas
desportivas, e demais staff logístico e de limpeza”; “praticantes em situações
de não realização de exercício físico ou durante a prática de modalidades sem
esforço físico, e apenas quando a utilização de máscara não comprometer a
segurança do praticante”.
É possível utilizar “balneários, chuveiros, sanitários,
bebedouros, bem como espaços de massagens, piscinas, saunas, banhos turcos,
hidromassagens/ jacuzzis e similares”, mas com regras muito apertadas, já
estabelecidas a 29 de maio e atualizadas a 20 de junho, nomeadamente o
“distanciamento físico de pelo menos dois metros entre os utilizadores” e a
“limpeza, higienização e desinfeção” recomendada após cada utilização.
Treinos e competição... para alguns e sem público
A DGS diz que “a prática desportiva, em contexto de treino e
em contexto competitivo, deve ser efetuada de forma faseada”, sendo possível,
neste momento, “em contextos de treino ajustado para garantir o distanciamento
física permanente de pelo menos três metros entre praticantes” para “todos os
escalões etários”.
O contexto de “treino pré-competição e contexto competitivo”
é possível, em modalidades de alto e médio risco para apenas
os escalões seniores e para “equipas/praticantes de outros escalões etários no
período de até 45 dias anterior à participação em competições internacionais
agendadas”.
Sobre a presença de público nas bancadas, o que diz o
documento da DGS é que “a presença (...) é determinada pela legislação em
vigor, de acordo com parecer técnico da Direção Geral da Saúde, sustentado na
evolução da situação epidemiológica”. Ou seja, nesta altura, não há ainda
autorização para haver público nas bancadas.
Qual é o risco?
Para determinar o risco da modalidade, foi utilizado um
algoritmo, que começa pela determinação do número de atletas. Se é praticada
por um atleta, é de baixo risco. Se é por dois ou mais atletas e há
distanciamento superior a três metros, também é de baixo risco. Se o
distanciamento é inferior a três metros mas não há contacto físico é igualmente
de baixo risco. Havendo contacto físico, a modalidade é de médio risco, se o
contacto não for feito face a face e de alto risco se houver contacto face a
face.
Testes obrigatórios
Em modalidades de baixo risco não há a necessidade de fazer
testes, nem para treinos, nem para competição. Já nas modalidades de médio
risco de transmissão, são obrigatórios “testes aleatórios até 48 horas antes da
competição” quando se realizem “competições entre equipas de zona(s) com
transmissão comunitária ativa”. No caso das modalidades de alto risco os testes
são obrigatórios a todos os participantes até 48 horas antes de qualquer
competição e apenas os treinos podem decorrer sem testes.
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