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FUNDAÇÃO MÁRIO DA CUNHA BRITO - Uma obra social que não esquece a matriz de saúde


A Fundação Mário da Cunha Brito, instituição particular de utilidade pública local, abriu as portas em 1959 para responder às necessidades de saúde e de apoio social de S. Pedro de Alva, concelho de Penacova. 

Andrea Trindade - Diário de Coimbra

Numa povoação rural e de gente pobre, fez a diferença na qualidade de vida dos mais de três mil habitantes da vila. Hoje, com a acessibilidade a grandes centros urbanos de numerosa oferta de cuidados de saúde, ocupa-se do apoio social, seja na área das crianças, seja na dos idosos. Mas a matriz da saúde não foi esquecida, está intrincada na cultura da instituição, refere o administrador delegado Ernesto Coelho.

Com a evolução da medicina, a exigência de novos e modernos meios de diagnóstico, bem como de concentração de recursos, aconteceu o progressivo encerramento dos serviços de saúde da Fundação, em finais da década de 70.

Depois de incontáveis consultas externas, muitas intervenções cirúrgicas e inúmeros partos, recorda a instituição, garantindo que muitos dos homens e mulheres da terra ali nasceram. Por outro lado, a saída dos jovens - para as cidades ou mesmo para fora do país - fez nascer uma outra realidade, a da população envelhecida que necessita de apoio. 

Serviços de enfermagem não faltam aos utentes do lar, que também recebem regularmente a visita do médico. Mónica Cunha, enfermeira, explica que o grande objectivo é «garantir a qualidade de vida» dos seniores, seja através de vigilância e tratamento de feridas, de controlo do risco cardiovascular (medição de glicémias, tensão arterial), do seguimento da medicação ou mesmo do estímulo para que mantenham alguma actividade física.

No centro de convívio de Oliveira do Mondego, o enfoque da actuação da enfermagem vai para a prevenção
«Nem sempre é fácil, principalmente no Inverno, fazer com que se levantem, dêem um passeio, convivam, mas sabemos que manter uma actividade regular e ter objectivos diários é fundamental para a saúde e equilíbrio mental», sustenta.

No centro de convívio, que a Fundação abriu há cerca de um ano em Oliveira do Mondego, o enfoque da actuação da enfermagem é precisamente colocado na prevenção.

Duas vezes por semana, não só os frequentadores do centro como a população pode ali deslocar-se para efectuar rastreios, participar em acções de sensibilização para a promoção da saúde.  Mesmo em idades avançadas, a prevenção continua a ser a melhor arma contra as doenças e a enfermeira Mónica diz que os conselhos são os mesmos para todos: alimentação cuidada, controlo de factores de risco, uma vida activa.

Ernesto Coelho pretende ainda reforçar a aposta de prestação de cuidados de saúde à comunidade através do apoio domiciliário.

Mário da Cunha Brito nunca esqueceu as origens

PATRONO Mário da Cunha Brito é o patrono da instituição. Filho de gente humilde partiu para África nos primeiros anos do século passado, em busca de melhor futuro. Lá prosperou como empresário do sector comercial e agrícola, mas sem nunca esquecer as suas origens.

Quis criar em S. Pedro de Alva uma obra de beneficência para dar assistência médica e social a uma população que sabia ser na sua maioria pobre.

Morreu aos 63 anos e os seus planos seriam já concretizados pelo filho, Maurício Vieira de Brito - que foi presidente do Benfica entre 1957 e 1962. É pela sua mão e em memória do pai, que Vieira de Brito inaugura em Março de 1959 uma instituição de apoio social com hospital equipado de bloco operatório, consulta externa e maternidade, e com cantina escolar.

O objectivo da Instituição Particular de Utilidade Pública Local era servir uma população que, à época, rondava os 3.000 habitantes e revelava grandes carências económicas.

PROXIMIDADE A Clínica de Fisioterapia e Medicina da Reabilitação uma das valências importantes da Fundação, não só pelo apoio que presta aos utentes de lar e centro de dia, mas também pela disponibilidade de serviços à população residente.

Ernesto Coelho admite que é bastante mais cómodo para seniores e pessoas com limitações serem atendidas na localidade, em vez de se deslocarem a Coimbra ou outros centros.

Por outro lado, os valores das taxas moderadoras em serviços públicos, acrescidos aos custos de transportes, já acabam por fazer compensar os preços praticados na instituição, que, ainda assim, não apresenta convenções com sub-sistemas de saúde.

«Há muitas pessoas que vêm aqui, principalmente os mais idosos. Temos fisioterapeuta e, sempre que se justifica, um médico fisiatra que connosco colabora », revela o responsável, acrescentando que as sessões estão sujeitas a marcação

Instituição a cuidar de crianças e seniores do alto concelho de Penacova

A Fundação Mário da Cunha Brito cresceu e desenvolveu-se. Direccionando-se para a área social, tem hoje um lar de idosos com 60 utentes, centro de dia com 15 seniores e uma creche, em S. Pedro de Alva, tem um centro de convívio em Oliveira do Mondego e presta apoio domiciliário a perto de 40 pessoas. Colocada de parte está, para já, a construção de uma Unidade de Cuidados Continuados, diz Ernesto Coelho.



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