SÃO PEDRO DE ALVA - Comemoração do 49º aniversário da Banda Filarmónica
“Nós estamos nesta
causa de corpo e alma, não é a Filarmónica que é nossa, nós é que somos da Filarmónica”…
Foi com esta frase
que o jovem filarmónico João Pedro Correia, secretário da banda de S. Pedro de
Alva, Penacova, se exprimiu quanto à vontade de se dar algo de nós às coisas da nossa
terra, pois considerou amigos todos os que ali se encontravam, na comemoração
dos 49 anos de existência da sua Filarmónica, pois «quero que acreditem que é
mesmo assim que os vejo, amigos desta Casa e também desta Causa, pois a
Filarmónica é mais que uma instituição, é uma causa por que nos debatemos e a
que nos entregamos».
O jovem voluntário
associativo, que já começou a ler e a decorar os livros de seu pai, José
Eduardo Correia, referiu que no país existe uma família «com mais de 700 irmãs,
todas elas nascidas do amor de alguém pela Música, que têm como sobrenome comum
Filarmónica; e como não podemos reunir todas as nossas irmãs convidámos a estar
hoje connosco a Sociedade de Recreio Filarmónica Avoense» e por isso é que
disse ser com agrado que a recebia «na nossa casa»; e a vincar essa presença,
entregou lembrança ao presidente da direcção daquela filarmónica, Fernando
Leitão.
Não foi esquecido o mais novo
filarmónico
O jovem orador,
depois de saudar o regente Justino Martinho, homem da casa, «que por aqui
aprendeu as primeiras notas», e que «enquanto treinador desta equipa precisamos
de si para nos motivar e para que todos unidos, em torno desta causa,
consigamos vencer todas as adversidades», chamou a Maria Henriques, de 12 anos,
de Silveirinho, para lhe entregar uma lembrança para marcar o primeiro ano como
executante da banda.
A Comarca de Arganil estará
sempre disponível
E o João Pedro, para
além de agradecer os apoios das autarquias – Câmara Municipal de Penacova e
União de Freguesias de S. Pedro de Alva/S. Paio do Mondego – Casa do Povo, outras
instituições e amigos, não esqueceu o papel que tem tido o A Comarca de Arganil, que na presença do seu jornalista, disse contar com este jornal
«para fazer chegar este apelo à nossa comunidade», não deixando de apelar
«àqueles que um dia tiveram de deixar a filarmónica pelas mais diversas
circunstâncias», que regressem, pois «haverá sempre uma farda para vós, porque
a Filarmónica precisa de todos». E deixou mais este apelo: «Peço-vos que
continuem ao nosso lado, pois mesmo sem farda também vós são Filarmónica»; e
como estava a aproximar-se o Natal pediu para que «façam o favor de serem
felizes».
E quanto ao papel de A Comarca, tanto
a Filarmónica como outras instituições e colectividades de S. Pedro de Alva e
não só, este jornal continuará a estar presente, a fim de vincar a sua posição
para que foi criado: defender as comunidades em termos de progresso e desenvolvimento.
«Celebrar um aniversário é olhar para
trás e contemplar o passado»…
...Disse o
presidente da Casa do Povo, Bruno Trindade, acrescentando que celebrar
aniversário é «também olhar para o futuro e sonhar»; e quando «olhamos para o
passado da Filarmónica contemplamos anos de muita vitalidade e
empreendedorismo», e refere que «quantos adolescentes e jovens por aqui
passaram, aqui aprenderam solfejo aqui cresceram, construíram amizades e
viveram grandes aventuras». Lembrou ainda «quantos homens e mulheres, alguns
que infelizmente já não estão entre nós, dedicaram o seu tempo e a sua energia
a este projecto, permitindo que avançasse no tempo até ao dia de hoje, com o
sucesso e mérito que todos lhe conhecemos», além de «quantos concertos se
realizaram, quantos quilómetros de estrada se percorreram em arruadas e
procissões, quantas missas se tocaram e cantaram, quantas outras iniciativas se
promoveram». Deixando uma palavra de elogio a José Eduardo Correia, pelo
«excelente trabalho que tem desenvolvido em prol da Filarmónica», e que por
isso terá todo o apoio da Casa do Povo, deixou uma palavra de estímulo às
crianças que frequentam a escola de música e um apelo a todos os que ali se
encontravam, que «incentivem a nossa juventude para a música e para integrarem
a família que é a Filarmónica da Casa do Povo de S. Pedro de Alva».
«Esta juventude, afinal, não é rasca…»
O
Prof. António Simões, na qualidade de comandante dos Bombeiros Voluntários de
Penacova, afirmou que estava ali a comungar um sentimento forte de emoção por
presenciar o que é a juventude, neste caso de S. Pedro de Alva, rejeitando a
tal frase de que a juventude é rasca, pois afinal estava ali a prova de que tal
não é assim, visto que a juventude actual é a expressão máxima do querer
partilhar, a expressão da generosidade, pois entre a Filarmónica e os Bombeiros
o trabalho e generosidade dessa mesma juventude é provada, pela sua entrega
sobretudo à Filarmónica e a dos seus familiares, que de algum modo cuidam da
cultura de Penacova, de S. Pedro de Alva, quiçá do país.
«As instituições são aquilo que se
fazem por elas»
Fernando
Leitão, presidente da Filarmónica Avoense, depois de ter lamentado a falta de
seis elementos, o que dá para perspectivar um futuro negro para as filarmónicas,
o presidente da União de Freguesias de S. Pedro de Alva e S. Paio, manifestou o
seu apreço e gratidão por ter no seio da sua autarquia uma instituição com 49
anos de existência de cariz musical, tendo Vítor Sousa Cordeiro recordado
aqueles que ao longo destes anos deram um pouco de si, com ideias e contributo
para que hoje fosse celebrado esta data, considerando que «as instituições são
aquilo que se fazem por elas».
«Há sempre uma vocação para a música»
Na
ausência do presidente da Câmara, a participar noutra actividade no concelho, o
vice-presidente, Dr. João Azadinho, deixou a nota de que o Município apoiou e
continuará a apoiar as colectividades culturais, deu os parabéns à Filarmónica,
e deixou a nota de que jovens e menos jovens podem entrar para a Filarmónica,
«porque há sempre uma vocação para a Música», como lhe aconteceu, que depois de
40 anos de vida, faz parte de um grupo musical da sua terra – Travanca do
Mondego.
Missa e concerto
O
programa das festividades iniciou-se com uma arruada, seguida de missa,
celebrada pelo padre Manuel Caetano, que também se pronunciou sobre a
efeméride, depois o almoço, no qual participaram cerca de 200 pessoas, seguindo-se
o corte do bolo de aniversário e a finalizar o momento festivo, as duas
Filarmónicas realizaram um concerto.
O jovem João Pedro,
no uso da palavra, acredita que todo o apoio dado à Cultura é como semente
deitada à terra, que «mais cedo ou mais tarde poderá ser colhida em prol da
comunidade»
Jornalista José Travassos de Vasconcelos