SAÚDE - Cientistas descobrem proteína que pode ser essencial para tratamento de cancro da mama
Uma equipa de investigadores
da Universidade de Coimbra (UC), através do Centro de Neurociências e Biologia
Celular (CNC) e das Faculdades de Farmácia e de Medicina, e da empresa
biotecnológica TREAT U, descobriu que uma
proteína sinalizadora pode mediar a entrega de uma combinação de fármacos que
matam 100% das células tumorais, no
cancro da mama triplo negativo, um subtipo de cancro ainda sem tratamento
direcionado.
A eficácia da estratégia
reside na capacidade da proteína sinalizadora, nucleolina, de identificar as
células tumorais estaminais, que se crê estarem envolvidas na resistência à
quimioterapia.
João Nuno Moreira, líder do estudo
publicado na revista científica Biomaterials
(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26283155), explica que «foi
demonstrado que a forte presença de nucleolina em diferentes tipos de células
de mama cancerígenas facilita a entrega direcionada de uma combinação de
fármacos, encapsulada em nanopartículas, proporcionando 100% de morte celular,
como se provou neste estudo laboratorial não aplicado em humanos.»
«A descoberta sugere que a presença da nucleolina em células estaminais de
cancro da mama poderá indicar quais se apresentam altamente tumorigénicas»,
esclarece Nuno Fonseca, primeiro autor do artigo.
Vários estudos em cancro da
mama sugerem que as células estaminais cancerígenas desempenham um papel
relevante no crescimento tumoral, metastização, recorrência e resistência aos
tratamentos com quimioterapia. As características descritas fazem das células
estaminais cancerígenas alvos terapêuticos relevantes, algo que foi confirmado
nesta investigação.
O trabalho propõe que
terapias futuras, especificamente direcionadas para a nucleolina, e permitindo
atacar diferentes subpopulações celulares do microambiente tumoral, poderão ser
a base de desenvolvimento de um tratamento específico para o cancro da mama
triplo negativo.
Cristina Pinto - Universidade de Coimbra