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ASSEMBLEIA - Santa Casa da Misericórdia discute situação do Hotel


No dia 24 de Março, pelas 19.30 horas, reuniu em assembleia geral a Santa Casa da Misericórdia de Penacova, não só para apreciação e votação dos mapas de prestação de contas do exercício de 2015, como ainda apreciar e discutir a proposta de deslocalização da capela de Nossa Senhora da Guia, a discussão e aprovação da alienação do imóvel do antigo hospital, bem como a alienação da participação social na Sociedade “Hotel de Penacova, SA”.

Estas deliberações somente têm como fim dar plenos poderes à Mesa para que os processos em vista se possam desenvolver, mas caso os três casos se venham concretizar-se, certamente que os processos virão a uma assembleia, para que o que for resolvido seja aprovado pela referida assembleia para o efeito reunida.

Em relação à capela de Nossa Senhora da Guia, Luís Amaral foi de opinião que tendo de se deslocar o pequeno templo, que nele fosse introduzida uma capela mortuária, visto ser uma necessidade da vila.

Maurício Marques deu também algumas informações sobre o antigo hospital, e Carlos Barbosa chamou a atenção que o edifício do Hotel está totalmente ao abandono, onde o vandalismo já faz estragos, inclusivamente com o desaparecimento de algum equipamento, além das infiltrações de águas que põem em causa a segurança do imóvel e por tudo isto, se se pugnasse pela sua manutenção.

O Engº. Brites Moita foi de opinião que se fortalecessem as portas e se colocassem alarmes, notando também que os vidros das janelas se encontram partidos. Foi de opinião que a anunciação do Hotel colocado ainda em diversos lados, mesmo em publicidade, fosse retirada, pois não faz sentido que tal publicidade ainda apareça em público.

Na opinião da Misericórdia a administração do Hotel de Penacova deve ser tomada pela Câmara Municipal

Atendendo à situação do Hotel de Penacova, a Santa Casa, em devido tempo, recente, enviou carta à Câmara Municipal de Penacova, pedindo para que «na próxima Assembleia Geral electiva da empresa Hotel de Penacova SA, prescinde do poder e faculdade, enquanto accionista maioritário, de integrar e/ou indicar representantes seus para a Administração da Hotel Penacova, S.A.», pois «a Santa Casa entende que, dada a importância que atribui ao Hotel de Penacova para a dinamização de uma política Municipal para o Turismo e do papel que aquela infra-estrutura pode e deve desempenhar numa futura estratégia de desenvolvimento do concelho, deve ser dada ao Município a faculdade de assumir o controlo da administração, nomear o presidente do Conselho de Administração e demais membros, sem qualquer interferência da Santa Casa».

Assim sendo, continua a carta, «pretende esta instituição que a gestão da empresa esteja completamente alinhada e em consonância com o interesse e vontade do Município de modo a aproveitar e valorizar o Hotel de Penacova para a implementação de medidas que aumentem a qualidade e quantidade de oferta do Concelho em termos de dormidas, em apoio a iniciativas dinamizadoras da actividade turística que poderão ser implementadas».

A Santa Casa aproveita ainda para sugerir que «o projecto de requalificação/reactivação do Hotel seja referenciado no levantamento que o município está a fazer no âmbito dos investimentos a candidatar no âmbito do novo quadro de financiamento europeu 2014-2020 - "Portugal 2020"».

A finalizar a carta, lê-se que a Misericórdia «coloca à disposição desse Município o edifício do antigo hospital, inclusive através de cedência, na figura jurídica e em condições a acordar, para que também este edifício seja incluído em projectos e acções da Câmara Municipal de Penacova com vista ao reforço dos meios infra-estruturais necessários ao desenvolvimento económico e social do Concelho, aproveitando aquele espaço, que encerra uma beleza e enquadramento urbano e paisagístico ímpares».

A actividade da instituição com redução na creche

O relatório apresentado dá conta que se verificou uma ligeira melhoria na frequência das respostas de idosos, mas, em contrapartida, a creche sofreu elevada redução de crianças, tendo o ano lectivo terminado com 26 e iniciado em Setembro com 13 utentes.

Em relação a cantinas sociais funcionou bastante bem, tendo a instituição tido a plena ocupação da disponibilidade de refeições, existindo mesmo alguns períodos com lista de espera.

Em relação ao polo de Carvalho conseguiu-se aumentar a sua ocupação, quer na resposta Centro de Dia, quer na resposta SAD, tendo chegado ao fim do ano com uma ocupação de 11 utentes.

O processo de renovação da frota automóvel manteve-se, sendo apenas adquirida uma viatura de 8 lugares, que se encontra em transformação e que em breve passará a ser utilizada. Por seu turno, adquiriu-se um carro de medicação, que “permitiu melhorar o funcio­namento do sector de enfermagem e assim rentabilizar os recursos”. Foi ainda adquirido algum equipamento de cozinha e lavandaria, para substituição de equipamento com elevado estado de uso.

A RLIS (Rede Local de Intervenção Local), cujo projecto foi iniciado em Dezembro de 2015, depois da candidatura ter sido aprovada, permitiu uma maior desenvoltura no atendimento e acompanhamento, através de uma equipa formada para o efeito, realçando-se, neste âmbito, os protocolos assinados com todas as Juntas de Freguesia, “com o objectivo de criar postos de atendimento descentralizados, nas diversas freguesias do concelho”.

Um ano de investimento com obra de 500.000 euros

Em relação a investimentos será “um ano de muito investimento”, tendo em atenção a candidatura apresentada ao Fundo Rainha D. Leonor ter sido aprovada, para que os recursos existentes sejam rentabilizados ao máximo. A obra apoiada por este fundo cifra-se em 257.744,99 euros, cuja obra se estima em 500.000 euros. Terá o apoio do Município, que apoiará em 20%, “conforme tem sido prática, sendo o restante financiado por fundos próprios”. O contrato foi assinado, em Fevereiro findo, tendo a instituição recebido já um adiantamento de apoio.

Com um resultado líquido do exercício de 39.728,56 euros, refira-se que a população no final do ano de 2015 se registava assim: Lar de Idosos, 40 utentes; Centro de Dia, 4; Apoio Domi­ciliário, 8; Creche, 18 utentes; Centro de Dia e Apoio Domiciliário de Carvalho, 6 e 5 utentes respectivamente.

O relatório faz também referência às diversas actividades desenvolvidas nas diversas áreas sociais da instituição, durante o ano de 2015, todas elas com o sentido de fazer a instituição uma entidade social de ligação com as entidades e populações, mesmo fora do seu âmbito.

Os novos corpos sociais

No final de 2014 foram eleitos os novos corpos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Penacova, que irão gerir a instituição até 2018, e que ficaram assim constituídos:
Mesa da Assembleia Geral – Presidente, Prof. António Simões da Cunha Santos; 1.º secretário, Prof.ª Lídia Dinis Cabral Costa; 2.º secretário, Maria Teresa Oliveira Paiva Marques.
Mesa Administrativa – Provedor, José António Rodrigues Amaral; vice-provedor, Eng. Maurício Teixeira Marques; secretário, Dr. Luís Miguel Costa Rodrigues; tesoureiro, Joaquim Augusto Rodrigues Luís; vogal, Ivo da Costa Reis Teixeira. Suplentes: Dr.ª Maria dos Prazeres G.F.R. Teixeira Francisco, Orlando António Simões batista Ferreira e Joaquim da Costa Carvalho.

Conselho Fiscal ou Definitório – Presidente, Dr. Carlos Manuel Santos Sousa; vogais: Luís de Jesus Oliveira Amaral e Óscar José Marques Simões. Suplentes: Álvaro José Alves Seco e António Batista Engenheiro.

José Travassos de Vasconcelos - A Comarca de arganil