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PROTEÇÃO CIVIL - Dispositivo de Combate a Incêndios com objectivo de “baixas zero”



Comandante Operacional Distrital (CODIS) apresentou ontem, em Soure, o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios (DEFIC) 2016 cujo objectivo principal é terminar a época crítica de fogos com «baixas zero». Carlos Luís Tavares explicou, detalhadamente, a forma de actuação dos operacionais na próxima época de incêndios, que se encontra prestes a iniciar.

«Pretendemos, acima de tudo, uma actuação forte, assertiva, musculada e profissional, jogando na antecipação em relação aos factores externos à nossa actuação, que são as condições meteorológicas e a acumulação de biomassa», frisou Carlos Luís Tavares.

O distrito de Coimbra, segundo o operacional, tem nas «Serras da Lousã e do Açor as zonas de maior risco de incêndio», no entanto, o dispositivo em prontidão para este ano, que possibilitará «ter mais músculo no ataque inicial», terá «a equipa de sapadores florestais que se encontrar mais próxima da ignição, três corporações de bombeiros e um meio aéreo».

Em termos globais, o dispositivo contará, em 2016, «com 244 bombeiros de prontidão, 62 veículos, três helicópteros ligeiros - que ficarão estacionados nos aeródromos de Lousã (1 Junho a 15 de Outubro), Pampilhosa da Serra (15 Junho a 30 de Setembro) e Cernache (1 Julho a 30 de Setembro -, enquanto na época mais crítica de incêndios florestais, a designada “fase Charlie” (decorre de 1 de Julho a 30 de Setembro) o dispositivo será reforçado com «120 sapadores florestais, 45 elementos do Grupo Intervenção, Protecção e Socorro (GIPS) e o apoio de 19 postos de vigia».

Carlos Tavares sublinhou que, em caso de emergência, poderão ainda ser accionados meios aéreos de ataque ampliado, que operam em todo o território nacional, nomeadamente, três helicópteros pesados Kamov, seis aviões anfíbios “Fire Boss” e dois aviões anfíbios Canadair, porém, a decisão de utilização destes meios caberá ao Comandante Operacional Nacional da Autoridade Nacional de Protecção Civil, José Manuel Moura. Carlos Tavares salientou que o DECIF 2016 «foi preparado ao pormenor e com várias acções de formação e treino intensivo», envolvendo cerca de 550 operacionais, com a finalidade de «ter uma floresta mais verde e mais limpa». No entanto, o CODIS frisou que «a aposta na prevenção e fiscalização é determinante para que o 3.º pilar do sistema de defesa da floresta contra incêndios, o combate, passe despercebido».

Já Mário Jorge Nunes, presidente da Câmara de Soure e anfitrião da iniciativa, destacou o esforço dos bombeiros afirmando que «para intervir nesta área é necessário ter espírito de entrega e de missão».

Governo disponibiliza “70 milhões de euros” para DECIF 2016

«70 milhões de euros» foi quando o Governo disponibilizou para o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DEFIC) 2016, anunciou o secretário de Estado da Administração Interna em Soure. Jorge Gomes sublinhou, porém, que desse bolo «30 milhões são dirigidos para as Associações Humanitárias», enquanto o restante valor serve para gastos de implementação do dispositivo. O governante revelou ainda que a partir de Maio «estarão abertas candidaturas» para que as corporações de bombeiros possam «requalificar os quartéis e os parques automóveis».

Ricardo Busano – Diário de Coimbra