RECONSTRUÇÃO - Governo diz que obras nas casas afetadas pelos incêndios devem ficar concluídas na primavera
"Durante a primavera, teremos todas as casas entregues às
famílias, espero eu, salvo algum caso que, por razões legais, possa ter algum
tipo de dificuldade”, disse aos jornalistas Pedro Marques, que hoje esteve nos
concelhos de Vouzela e de Tondela a entregar chaves de habitações que já foram
reconstruídas.
O ministro frisou que “as casas não se constroem num
estalar de dedos”, por mais que haja a vontade de que os empreiteiros trabalhem
depressa.
“Temos, por um lado,
a sensação do dever cumprido cada vez que uma casa é concluída e é entregue às
famílias, mas, por outro lado, sempre aquela inquietação de quem quer ver todo
este trabalho concluído”, afirmou.
Tondela e Vouzela, no distrito de Viseu, foram dois dos
concelhos mais afetados pelas chamas que deflagraram a 15 de outubro de 2017 e
que atingiram 32 concelhos.
Ao fazer um ponto de situação do Programa de Apoio à
Reconstrução de Habitação Permanente, a presidente da Comissão de Coordenação e
Desenvolvimento Regional do Centro, Ana Abrunhosa, disse que, dos mais de 800
pedidos contemplados, 796 foram relativos a habitações total ou parcialmente
destruídas pelas chamas, que implicam 56,9 milhões de euros do Orçamento do
Estado.
“Destas, estão
concluídas 455 habitações e, em diferentes fases de execução, temos 334
habitações”, explicou Ana Abrunhosa, acrescentando que há ainda “sete habitações de reconstrução parcial,
onde as pessoas estão a viver, que não iniciaram a reconstrução”, por não
terem conseguido empreiteiro para as pequenas obras.
Até ao momento, foram pagos 30,6 milhões de euros às
famílias e às empresas de construção, acrescentou a responsável.
Durante os seus discursos, quer o presidente da Câmara de Tondela, José António Jesus, quer o de Vouzela, Rui Ladeira, aludiram à
necessidade de serem tomadas medidas excecionais para evitar outra tragédia da
dimensão da de outubro de 2017.
“Não deixaremos de
alertar para a obrigação de se criarem medidas excecionais, num quadro
legislativo nacional, de verdadeira proteção civil, que permita erradicar as infestantes
de regeneração espontânea, principalmente eucaliptos, que crescem de forma
descontrolada junto a habitações e à rede viária”, disse o autarca de
Tondela.
Na sua opinião,“isso
não pode ser mera gestão de faixa de combustível, terá de ser garantido com a
mobilização dos solos, pois só assim será assegurada a extinção deste grave
problema”.
“Seria lamentável
se, daqui a escassos anos, estivéssemos a assistir a uma fatalidade idêntica à
de 2017″, considerou.
Rui Ladeira alertou que, “depois deste incêndio, surgiram graves, gravíssimos problemas, que vão
demorar anos, ou mesmo décadas, a solucionar ou a minimizar”, pedindo
soluções, por exemplo, para o ordenamento da paisagem e para a ocupação do
espaço florestal e agrícola.
“Há medidas urgentes
que têm que ser adotadas imediatamente para evitar uma calamidade similar, que
poderá ocorrer no prazo de uma década, no nosso concelho e na região destruída
por este incêndio”, sublinhou.
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