ILUSTRES [DES]CONHECIDOS - Alberto Lopes de Castro Pita (1890- 1958)
Alberto Lopes de Castro (Pita) nasceu no dia 20 de Junho de 1890 em Coimbra, onde foi baptizado (na Sé Catedral) no dia 3 de Agosto do mesmo ano, filho de pai incógnito e de Leocádia de Jesus Lopes, doméstica, natural da freguesia de Penacova e residente na Couraça dos Apóstolos. Neto materno de José Lopes e de Joana de Jesus.
Matriculou-se na Universidade de Coimbra em 1906 onde se formou em Direito. Em 1911 abriu escritório de advogado no nº 46 da Rua do Carmo, em Lisboa. No ano seguinte foi nomeado Oficial do Registo Civil em Penacova, onde também exerceu advocacia.
Matriculou-se na Universidade de Coimbra em 1906 onde se formou em Direito. Em 1911 abriu escritório de advogado no nº 46 da Rua do Carmo, em Lisboa. No ano seguinte foi nomeado Oficial do Registo Civil em Penacova, onde também exerceu advocacia.
Em 1914, no dia 5 de Setembro,
casou em Penacova com América Martins de Carvalho, filha de Joaquim Augusto de Carvalho
e de Raimunda Martins de Carvalho, residentes em Coimbra e donos do Palacete
hoje conhecido por Casa de Repouso. Aqui foi celebrado o casamento com grande
pompa, incluindo no programa uma exposição do pintor José Campas. Foram padrinhos
o reitor da Universidade de Coimbra, Guilherme Moreira, e o Conselheiro Luís
Duarte Sereno. Presente na cerimónia, a fazer fé na assinatura que consta do
registo de casamento, o seu pai, José Pereira de Paiva Pitta, catedrático de
Direito, que a partir dessa data assumiu a paternidade, facto que explica a posterior
adopção do apelido Pita por Alberto de Castro. O registo de casamento está
assinado por mais de duas dezenas de personalidades gradas da sociedade
penacovense.
O nome de Alberto de Castro apareceu pela primeira vez referido no
Jornal de Penacova quando este
semanário noticiou o comício republicano que se realizou no Largo Alberto Leitão
a 18 de Dezembro de 1910 e teve como oradores Marques Guedes, Freire Falcão,
Martinho Nobre, Ludgero Neves, Alberto de Castro e Pedro Ferrão, anunciados
como membros da "academia coimbrã". Naquele periódico escrevia já,
pontualmente, assinando "A. de C."
Ao nível do ensino primário, a República, além de outras
dinâmicas, incrementou a Festa da Árvore. Temos notícia de que no dia 15 de
Março de 1914 a mesma se realizou em muitas escolas do nosso concelho. Na
escola do sexo feminino de Penacova, situada na Avenida 5 de Outubro, teve
lugar uma sessão solene presidida por Rodolfo Pedro da Silva e onde usou da
palavra Alberto de Castro.
Aderiu ao
Partido (Republicano) Democrático. Além de Alberto de Castro, também José Alves
de Oliveira Coimbra se afastou da orientação política de António José de
Almeida que, como sabemos, se opunha à de Afonso Costa.
Alberto de
Castro assumiu a presidência da Comissão Executiva da Câmara em 1913, tendo
como vice-presidente José Alves de Oliveira Coimbra. Em 1916 presidirá ao Senado Municipal, quando Henrique Serra
Carvalho era o Administrador Concelhio.
Em 1921 foi
candidato a deputado. Alberto de Castro, que durante alguns anos liderou localmente
o Partido Republicano Democrático, concorreu nesta data a deputado pelo Partido Republicano
de Reconstituição Nacional, vulgarmente conhecido por Partido Reconstituinte. No
Círculo Eleitoral de Arganil ganharam os
Liberais, seguidos dos Reconstituintes e dos Democráticos.
Em 1917 Amândio
Cabral regressou ao Brasil e convidou Alberto de Castro para dar continuidade
ao Jornal de Penacova enquanto
director. Como proprietário deste periódico aparecerá ainda, durante alguns
anos mais, o nome daquele emigrante. Em 1918, ainda com Alberto de Castro,
agora também como editor, o jornal assumiu-se como ''Semanário do Partido Republicano Português'',
isto é, do Partido Democrático.
Alberto de
Castro acabou por se radicar em Coimbra onde prosseguiu a carreira de distinto
advogado, chegando a pertencer aos órgãos regionais da Ordem dos Advogados. Em
11 de Novembro de 1943 proferiu uma Conferência na Abertura do Ano Judicial sobre
“A Acção de Declaração de Nulidade dos Contratos por falta de forma e doutrina
do não locupletamento à custa alheia”.
Vitimado
pela doença faleceu no Instituto de Oncologia de Lisboa no dia 19 de Outubro de
1958. Em Coimbra, “junto à ponte, a urna era aguardada por muitas centenas de
pessoas de todas as categorias sociais”. Em Penacova a chave da urna foi conduzida
pelo Desembargador Henrique Serra Carvalho e a Câmara Municipal fez-se
representar pelo seu presidente Dr. Álvaro Barbosa Ribeiro. O Dr. Maia de
Carvalho, presidente do Conselho Regional, representou a Ordem dos Advogados.
Com 68 anos,
a cidade de Coimbra e o concelho de Penacova despediu-se deste “advogado
ilustre, recto e justo, um dos mais sabedores, modesto e probo da advocacia do
distrito”. Foi sepultado no cemitério da Eirinha.
David Gonçalves de Almeida
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