INVESTIMENTO - Novo Sistema de Mobilidade do Mondego põe fim a impasse de uma década
O Governo pôs fim ao impasse de quase uma década no
antigo ramal ferroviário da Lousã com o lançamento do concurso para a
instalação do Sistema de Mobilidade do Mondego, ligando os municípios de
Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã e servindo 14 milhões de passageiros por ano.
O Primeiro-Ministro António Costa, acompanhado do
Ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, presidiu, em Miranda
do Corvo, ao lançamento do concurso para a empreitada no canal do antigo
ramal ferroviário que foi desativado em janeiro de 2010.
O Primeiro-Ministro sublinhou que «o concurso está aberto, com financiamento assegurado e em condições»
de a obra ser levada até ao final, depois da aprovação da instalação do sistema
no Conselho de Ministros de 31 de janeiro.
«Foi necessário
definir um modelo de transporte, mas mais importante do que isso foi essencial
garantir o financiamento da solução aqui prevista», disse António Costa
referindo-se à reprogramação dos fundos do Portugal 2020, que foi concluída
em dezembro de 2018, disponibilizando dinheiro para a obra.
125
milhões de investimento
O Sistema de Mobilidade do Mondego prevê a instalação de
autocarros elétricos (metrobus) entre Serpins (Lousã) e a estação de
caminho-de-ferro Coimbra B, com uma linha urbana até ao Centro Hospitalar e
Universitário de Coimbra, numa extensão total de 42 quilómetros e num
investimento total estimado de 125 milhões de euros.
O concurso lançado para o arranjo do antigo canal
ferroviário do troço suburbano representa um investimento de 25 milhões de
euros. A empreitada deverá estar concluída no prazo de 15 meses após a
adjudicação, prevendo-se que o sistema de transportes comece a funcionar de
forma faseada a partir de 2021.
António Costa afirmou que o Sistema de Mobilidade do
Mondego é também o «melhor projeto que
se adapta à revitalização da cidade de Coimbra, porque esta solução [metrobus]
tem a vantagem de não ficar às portas da cidade, pode entrar no miolo e ajudar
à revitalização do conjunto da cidade».
Este projeto é ainda um exemplo de como «o País precisa de um Programa Nacional de
Infraestruturas que seja devidamente debatido, discutido e ponderado nas
diferentes soluções alternativas e depois haja decisão e determinação na sua
execução», para que não se repitam estes atrasos.
A
melhor solução
O Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro
Marques, disse que a opção por autocarros elétricos no Ramal da Lousã
privilegia a descarbonização e serve melhor as populações do que o antigo
transporte ferroviário.
Pedro Marques afirmou que a nova versão do Sistema de
Mobilidade do Mondego – em que a ideia inicial de um metropolitano é
substituído pelo metrobus – é «um
sistema que serve muito mais a mobilidade», além de «servir melhor as populações».
Pedro Marques reconheceu que as populações de Lousã,
Miranda do Corvo e Coimbra não compreenderam o encerramento do Ramal da Lousã
em janeiro de 2010, e ainda não compreendem a opção pelo metrobus.
Economicamente
viável
Todavia, hoje, «não
era economicamente viável», o investimento num sistema de metro ligeiro ou
de ferrovia, com comboios a ligar o interior do distrito à cidade de Coimbra e
à Linha do Norte, como aconteceu desde que o ramal da Lousã abriu, em 1906.
Esta opção implicava a reconstrução da via (desmantelada
para a construção do metro ligeiro, que não veio a verificar-se) e dos sistemas
de controlo, e a sua eletrificação para comboios.
A opção pelos autocarros elétricos é «uma solução à altura daquilo que as
populações mereciam», «é uma
mobilidade limpa, uma mobilidade do futuro», sublinhou Pedro Marques.
Desde que o Ramal da Lousã foi encerrado, os utentes do
antigo comboio passaram a ser transportados em autocarros de empresas privadas,
ao abrigo de sucessivos concursos públicos que custaram à CP cerca de 10
milhões de euros.
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