ILUSTRES [DES]CONHECIDOS - Augusto Mendes Simões de Castro (1845-1932)
Augusto Mendes Simões de Castro nasceu em Coimbra no dia 3 de Agosto de 1845, filho de Joaquim Mendes de Castro e de Ana Augusta Simões de Castro.
Foi seu tio materno o Lente de Filosofia, Joaquim Augusto Simões de Carvalho, de quem foi muito próximo e dele herdou não apenas a formação cultural mas também a Quinta de Montes Claros e todos os seus bens.
Em 1863 matriculou-se na Faculdade de Teologia, não concluindo o curso por motivo de doença. Ao retomar os estudos (1866) enveredou pelo Direito, concluindo a formatura em 1871. No entanto, as "Letras" atraíram-no mais do que as "Leis" e desde muito cedo adquiriu grande reputação literária com a publicação de estudos sobre história e arqueologia, em que se destacou o "Guia Histórico do Viajante de Coimbra" (1867).
Começou por ser funcionário dos Correios de Coimbra e durante mais de quarenta anos trabalhou na Biblioteca da Universidade como bibliotecário interino e como responsável pelo catálogo. "Durante muitos anos foi como que a alma da Biblioteca, quasi catálogo vivo sempre à disposição dos estudiosos"- escreveu Fortunato de Almeida em 1919/20.
Em 1873 integrou a Comissão de Arqueologia de "O Instituto" de Coimbra. Simões de Castro foi "bibliófilo e bibliógrafo muito distinto e erudito"- afirma-se numa nota da Biblioteca Geral da UC. Destacaríamos o já referido Guia do Viajante de Coimbra, onde dedica um capítulo ao Mosteiro de Lorvão, e o "Guia Histórico do Viajante do Bussaco" (1875). De 1869 a 1874 publicou o periódico "Panorama Photográfico de Portugal" e em 1879 fundou a revista "Portugal Pitoresco", onde colaboraram nomes importantes das letras portuguesas: Antero de Quental, Borges de Figueiredo, Fialho de Almeida, Gomes Leal, Andrade Corvo, Ayres de Campos, João de Deus e Teófilo Braga.
Sobre Lorvão publicou ainda no semanário ilustrado "Archivo Pittoresco" um desenvolvido artigo (Tomo VIII, 1865). A revista "O Instituto" (1934) dedicou-lhe um extenso artigo, assinado por António de Vasconcelos, onde são revelados alguns aspectos da sua vida e a curiosa nota de que o célebre livro de Borges de Figueiredo, "Coimbra Antiga e Moderna", plagiava, em muitos capítulos, o texto que Simões de Castro preparava para a 2ª edição do "Guia Histórico do Viajante de Coimbra" e que, como amigo daquele, lhe fora dando conhecimento.
Augusto Mendes Simões de Castro morreu no dia 19 de Abril de 1932 na sua Quinta de Montes Claros. No dia 28 de Maio o "Notícias de Penacova" publicou um desenvolvido texto (com foto) de homenagem, subscrito pelo seu amigo de longa data, Manuel Emídio da Silva. Simões de Castro calcorreara a pé os caminhos do Buçaco e de Lorvão, desvendando muitos aspectos da história e da arqueologia da região.

>David G. de Almeida
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