JUSTIÇA - Ministério Público investiga admissão de pessoal na Câmara de Penacova
Em comunicado, o PSD de Penacova, no distrito de Coimbra,
afirma que o MP “investiga admissões na
Câmara”, presidida pelo socialista Humberto Oliveira, e enfatiza que está
em causa a aplicação da lei que consagra o Programa de Regularização
Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAP).
Humberto Oliveira disse à agência Lusa ter informado a
Assembleia Municipal, na semana passada, da existência da investigação do
Ministério Público, a qual, no entanto, “tem
a ver com processos anteriores”.
O presidente da Câmara Municipal adiantou que, “na sequência de denúncias anónimas” que
abrangem diferentes matérias, o vereador do PS Ricardo Simões já prestou
declarações a um magistrado do MP.
Na nota hoje divulgada, a Comissão Política Concelhia do
PSD admite ter recebido “com surpresa e
estupefação” a informação do presidente da Câmara, na última reunião da
Assembleia, no dia 23 de fevereiro, lamentando “a forma pouco transparente e
atabalhoada” com que os autarcas socialistas “trataram deste processo”, tendo “colocado a dúvida e a suspeita sobre o município”.
Lamenta ainda que “os
trabalhadores que efetivamente careciam de regularização” sejam colocados “sob um estado de incerteza e angústia
relativamente à situação”.
“Tudo o que se está
a passar, que consideramos de grande gravidade, é a demonstração de que os
alertas e chamadas de atenção que fizemos”, em reuniões do executivo e da
Assembleia, “estavam corretos”,
segundo o PSD.
O PS, “na pressa de
satisfazer as clientelas partidárias, não olhou a meios e atuou de forma
leviana e merecedora das maiores dúvidas sobre a legalidade dos procedimentos
adotados”, além de ter posto “em
cheque a vida dos trabalhadores que, nada tendo a ver com interesses
partidários, mereciam e merecem o seu vínculo ao município regularizado sem
sobressaltos”, acrescenta.
“A Câmara Municipal
foi indiferente ao critério legal da satisfação de necessidades permanentes
para regularização de trabalhadores com vínculos precários” através do
PREVPAP, acusa.
O PSD desafia o presidente da Câmara “a publicar a lista dos trabalhadores vinculados ao abrigo daquele
programa, com indicação da forma de admissão e forma de vínculo precário à data
da lei da regularização, assim como fundamentação das necessidades permanentes
desses trabalhadores”.
Tendo em conta estas e as anteriores críticas da
oposição à aplicação da lei na regularização dos vínculos precários na
autarquia, Humberto Oliveira disse à Lusa que vai enviar ao Ministério Público
um “dossiê completo” para que possa investigar
o processo.
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