AMBIENTE - Rede Elétrica Nacional plantou mais de um milhão de árvores entre 2010 e 2018
A Rede Elétrica Nacional (REN)
plantou mais de um milhão de árvores entre 2010 e 2018 nas faixas de proteção
das linhas de muito alta tensão, disse fonte da empresa à Lusa.
Segundo João Gaspar, responsável
das Servidões e Património REN, a reconversão das faixas de proteção pretende
terminar com o “ciclo” constante dos cortes de vegetação, que todos os anos
volta a crescer e “não cria valor para ninguém, pelo que pretendemos inverter
essa lógica”.
“Queremos dar
segurança às nossas infraestruturas e tornar os territórios mais resilientes
aos incêndios florestais, ao mesmo tempo que promovemos a criação de valor para
os proprietários e a proteção da biodiversidade”, salientou o responsável.
De acordo com João Gaspar, o projeto em curso de “Gestão de vegetação nas faixas de servidão”
pretende “arranjar metodologias de uso do solo que alonguem os ciclos de
intervenção [dos cortes], criando culturas ou métodos alternativos que criem
valor para os proprietários e para a floresta”.
Se criarmos valor, os proprietários tomam conta destes espaços na perspetiva de criar valor, tornando-se parceiros que nos ajudam diariamente e criam mais valor associado à gestão florestal.
Nos últimos anos, acrescentou, a REN tem apostado muito no
medronheiro, porque é uma espécie autóctone, que existe essencialmente em
Portugal e se enquadra nos objetivos do projeto.
Entre 2014 e 2019, a empresa de transporte de energia
plantou mais de 500 hectares de medronho porque, segundo João Gaspar, se chegou
à conclusão que aquela árvore “é a espécie que melhor se adapta nesta
finalidade, já que necessita de gestão e dá rendimento”.
“Ao necessitar de gestão faz com que as pessoas limpem o terreno e cuidem das árvores, numa perspetiva de rendimento anual”, explicou o responsável, salientando que o projeto em curso “é implementado em estreita parceria com mais de 70 mil proprietários dos terrenos”.
“Ao necessitar de gestão faz com que as pessoas limpem o terreno e cuidem das árvores, numa perspetiva de rendimento anual”, explicou o responsável, salientando que o projeto em curso “é implementado em estreita parceria com mais de 70 mil proprietários dos terrenos”.
O passo seguinte passa por informar os proprietários sobre a
cultura do medronho, “de como é que o
devem tratar, e talvez transformá-los em produtores ou promover acordos com
estes proprietários para cederem a gestão”.
O responsável das Servidões e Património REN salientou ainda
que a cadeia de valor só termina na fileira da transformação do medronho em
aguardente ou em compotas.
Na Linha Penela-Tábua, no distrito de Coimbra, a REN já
plantou 46 mil árvores desde os incêndios de 2017.
Na próxima sexta-feira, numa ação de reflorestação na zona
do Paião, concelho da Figueira da Foz, vão ser plantadas 2.000 árvores, numa
iniciativa que envolve as crianças da comunidade escolar local.
No próximo ano, a empresa prevê concluir um projeto de
plantação em 100 hectares em Ferreira do Zêzere, no distrito de Santarém, em
duas linhas paralelas de muita alta tensão.
O projeto de “Gestão
de vegetação nas faixas de servidão” da REN foi hoje apresentado na
Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra, como um caso de estudo de gestão
sustentável da floresta pelo Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável.
A REN ocupa cerca de 35 mil hectares de faixas de servidão e
cerca de 60% destes corredores estão na floresta.
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