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CHEIAS - Ordem dos Engenheiros identifica necessidade de outra grande barragem no Mondego




Ordem dos Engenheiros da região Centro identifica como principal razão das cheias do Baixo Mondego a falta de uma barragem a montante da Aguieira, porque esta já não tem capacidade de fazer frente aos atuais grandes caudais.

António Rosado – Diário As Beiras

A Barragem da Aguieira cumpriu a sua função no controlo dos caudais durante as recentes cheias do Baixo Mondego, mas não chega.

Quem o diz é Alfeu Sá Marques, especialista em hidráulica, que ontem considerou – durante uma conferência da Secção Regional do Centro da Ordem dos Engenheiros – que a Barragem da Aguieira, sendo fundamental no controlo de cheias, não “tem capacidade” para regularizar o rio.

Sendo assim, a solução, tal como também defendeu o presidente da instituição, Armando Silva Afonso, é a construção da barragem de Girabolhos, a montante da Aguieira, cujo projeto foi cancelado em 2016, depois da multinacional Endesa ter investido 60 milhões de euros.

Concretização do projeto seria estruturante

Sem Girabolhos será muito difícil travar a repetição destes fenómenos. Temos que deixar de olhar para as barragens associadas à energia, e olhar para as barragens com todas as suas funções, de regularização, de armazenamento de água, de controlo de cheias e penso que isso vai ser cada vez mais importante no futuro”, afirmou o presidente da secção regional da Ordem dos Engenheiros, Armando Silva Afonso.

Mais à frente lamentou a falta um modelo de gestão para a zona, bem como concluir uma série de infraestruturas, como é o caso do controlo do rio Ceira e a conclusão da estação de bombagem do Foja, onde era previsto haver seis bombas de extração de águas dos campos, mas apenas uma funciona.

Duplicar a capacidade

Alfeu Sá Marques acrescentou que a barragem de Girabolhos, associada às também projetadas infraestruturas de Midões e Asse Dasse, mais que duplicaria a capacidade útil de regularização do Mondego dos atuais 365 hectómetros cúbicos, com as barragens de Fronhas, Raiva, Caldeirão e Aguieira.

A barragem de Girabolhos integrava um conjunto de dez barragens do Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico, mas a sua construção foi cancelada no primeiro Governo de António Costa, quando já tinha sido concessionada à Endesa.





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