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ILUSTRES [DES]CONHECIDOS - José de Almeida Coimbra (1859-1919)



José de Almeida Coimbra nasceu na freguesia de S. Pedro de Alva em 1859, filho de Francisco de Almeida e de Bárbara da Fonseca.

Casou com Virgínia Neves de Almeida Coimbra, irmã de António José de Almeida, falecida em 1915 (sepultada em S. Pedro de Alva  com funeral civil, dirigido por Amândio Cabral, facto que causou estranheza nas pessoas, pois terá sido o primeiro enterro não católico naquela freguesia).

Muito ligado à família de António José de Almeida, já em 1890 acompanhou pessoalmente a prisão e o julgamento em Coimbra  do jovem estudante que, anos mais tarde,  viria a ser seu cunhado e Presidente da República.
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Fez a sua vida de abastado comerciante na cidade do Porto, onde existia um núcleo significativo de casconhenses. Em 1908 encontramos  referências no Jornal de Penacova à sua actividade empresarial naquela cidade, em sociedade com seu irmão, David de Almeida Coimbra.

"Coimbra & Irmão - Comércio de Vinhos e Cereais”, assim aparecia na publicidade da época. No campo dos investimentos nas áreas comercial e industrial é de realçar o facto de ter sido um dos quatro fundadores da fábrica de cerâmica “Estrela d’Alva”. Consta que foi ele a propor esta designação que por mais de cem anos marcou o panorama da indústria cerâmica no concelho de Penacova e mesmo no país.

Foi em 14 de Dezembro de 1904, no Silveirinho, que a escritura foi assinada pelos irmãos Alípio Barbosa de Oliveira Coimbra / Augusto Barbosa de Oliveira Coimbra e José de Almeida Coimbra (e sua mulher Virgínia) / David de Almeida Coimbra. Daí, a firma inicial, até à dissolução passados poucos anos, se chamar “Barbosas & Coimbras, Limitada”. Alípio Barbosa assumiu a direcção técnica e José de Almeida a administração comercial.

Republicano de longa data, José de Almeida Coimbra foi candidato em 1908 a deputado pelo círculo eleitoral de Arganil (que se estendia a Penacova), juntamente com o bacharel Clemente Fernandes Falcão, médico em Miranda do Corvo. Também nesse ano fez parte das listas concorrentes aos órgãos municipais. Foi vogal de diversos órgãos político-administrativos do concelho.

Em 1909, presidiu à Comissão Instaladora do Centro Republicano de S. Pedro de Alva. No ano seguinte, ainda antes do 5 de Outubro, pertenceu à Comissão Municipal Republicana. Foi um dos grandes promotores do Comício Republicano de S. Pedro de Alva que se realizou no dia 1 de Agosto de 1909 com a presença de 3000 pessoas. No final do mesmo ofereceu à Comitiva, onde se contava António José de Almeida,  um “lauto banquete” na sua casa do Silveirinho.
   
Já viúvo, morreu a 16 de Janeiro de 1919, no Silveirinho, com 60 anos. A morte inesperada surpreendeu as suas filhas, Laurinda, Berta e Branca de Almeida Coimbra, bem como os restantes familiares e numerosos amigos.

Ø  David Gonçalves de Almeida

1 comentário:

  1. O filho era um personagem curioso. .abria o jornal..via a primeira página. .dizia não vale a pena ler...o tipo ainda não morreu (salazar)..vivia na casa perto do antigo posto da GNR

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