COVID 19 - Plano de contingência da Fundação Mário da Cunha Brito
A Fundação Mário da Cunha Brito, Instituição Particular de
Solidariedade Social, sedeada na freguesia de S. Pedro de Alva, concelho de
Penacova e tem como âmbito de intervenção a União de Freguesias de S. Pedro de
Alva e S. Paio do Mondego, União de Freguesias de Oliveira do Mondego e
Travanca do Mondego e União de Freguesias e Friúmes e Paradela, possui plano de
contingência elaborado segundo as norma e orientações da Direcção Geral de
Saúde.
José Travassos de Vasconcelos - A Comarca de Arganil
Com as instalações isoladas das instalações do Lar,
equipadas e preparadas para acolher qualquer utente suspeito de contágio face à
ameaça da infeção provocada pelo vírus COVID -19 e como o “medo é que guarda a
vinha,” desde a primeira hora que na Fundação foram aplicadas as medidas que
estavam ao alcance dos seus responsáveis para, na medida do possível, “blindar”
os idosos da instituição a influencias externas passiveis de transmissão. Assim,
mesmo antes de ter sido decida pelas instâncias superiores a proibição de
visitas externas a utentes de Lares de Idosos, já tinha sido tomado essa
medida.
Para reduzir ao máximo a entrada de pessoas externas na
Fundação, foram simultaneamente tomadas as seguintes medidas: suspensão a atendimento
presencial, no interior da Fundação; os fornecedores procedem à entrega de
mercadorias em local exterior e aquela só são recolhidas passadas algumas
horas; as escalas de serviço foram alteradas passando a funcionar em espelho: turnos
de 12 horas durante 7 dias consecutivos e 7 dias de quarentena em casa.
Relativamente às funcionárias, são continuamente efetuadas ações de
sensibilização para que se protejam pessoalmente e que nos períodos em que
estão em casa evitem contactos próximos com pessoas (familiares ou outras) que
pela sua profissão sejam passíveis de terem sido contagiadas. Quando terminam o
turno de 7 dias são-lhe fornecidas máscaras para em situações que o
justifiquem, utilizarem durante o período de quarentena.
Para que no caso de surgir algum contágio, se deduzisse ao
mínimo a sua transmissão, o Lar foi subdividido em vários sectores isolados
entre si. Os idosos de um sector tomas as refeições no próprio sector e não contactam
com os de outro sector. As funcionárias afetas a um sector também não transitam
para outro diferente.
Foram criados, novos locais de vestiários, correspondendo um
a cada sector, para as funcionárias trocarem de roupa e calçado. Antes de
iniciarem o turno, cada funcionária desinfeta-se e troca de roupa e de calçado antes
de iniciar o trabalho. Antes de transpor a porta de entrada para iniciar o
turno no sector que lhe está distribuído assa com o calçado por um recipiente
com desinfetante.
A temperatura e a saturação, quer dos utentes quer das
funcionárias, são medidas duas vezes ao dia e todas as funcionárias estão
equipadas com os equipamentos de proteção individual, adequados ao local e à
função que em cada momento estão a desempenhar (Lar ou Serviço de Apoio Domiciliário).
Importante: a suspensão de visitas de familiares aos utentes
do Lar, tem sido ultrapassada com uma aplicação informática “SIOSLIF”, adquirida
há já longos meses atrás que para além de muitas outras funcionalidades,
permite através de videoconferência, os nossos utentes possam, com contacto
visual direto, dialogar com seus familiares.
Uma Instituição com memória
No já distante dia 31 de Maio de 1959, S. Pedro de Alva
viveu uma jornada ímpar da sua história e que ficou para sempre gravada na
memória de quantos partilharam o grande acontecimento, a inauguração da Fundação e do seu Hospital.
Foi um dia de grande festa, que trouxe até nós vários
milhares de pessoas vindas de toda a região. Houve, como diz o povo, festa rija
e o motivo não era para menos: inaugurar numa peque na freguesia do interior, um
hospital apetrechado do melhor equipamento existente na época, dotado de bloco
operatório, maternidade, consultas externas e internas, construído a expensas
exclusivas de um filho da terra e grande benemérito que, honrando a memória e
vontade de seu pai, deu corpo e vida a tamanho empreendimento.
Era sobejo motivo para que todos largassem a charrua e a
enxada e viessem extravasar a sua incontida alegria e o seu reconhecimento ao homem
generoso que tal legado lhes confiava, Mário da Cunha Brito, que cedo partiu
para Angola em busca de melhor sorte do que aquela que o paupérrimo rincão onde
nasceu lhe reservava, dedicando-se à plantação e comercialização de café, com
muito trabalho e vontade indómita de vencer atingiu um apreciável grau de prosperidade.
Afastado da sua terra por longos anos, Mário da Cunha Brito
não esqueceu as suas origens, e depois de ter consultado o médico dr. Viegas Pimentel
sobre as mais prementes necessidades locais, decidiu dotar S. Pedro de Alva de
uma obra de beneficência para prestar assistência médica e social a toda a população.
Quis o destino que falecesse sem ter realizado a obra que sonhara. Foi seu
filho, o eng. Maurício Vieira de Brito, que deu corpo e vida a esta Fundação, não
só cumprindo a vontade de seu pai, como indo muito além dela, criando uma
instituição polivalente, com hospital, cantina escolar, sopa dos pobres e casa
de trabalho para raparigas.
A Fundação atravessou uma época florescente e de grande
dinamismo, mas a partir de 1976 o hospital foi nacionalizado e entrou num período
de gestão conturbada, que veio a culminar com o seu encerramento. Quando em
1978 cessou a intervenção estatal, são efectuadas inúmeras diligências com
vista à sua reabertura, as quais sempre se revelaram infrutíferas, e aquela não
chega a concretizar-se. É então que a Fundação direciona a sua atividade para outras
valências e começa a receber e a cuidar de idosos. Sem acordos de cooperação
com a Segurança Social, atravessa um período de grandes dificuldades,
sobrevivendo apenas das comparticipações dos utentes, da abnegada dedicação da enfermeira
Irmã Sofia e do inesquecível e valioso contributo do dr. Eurico Almiro, a quem
os seus dirigentes manifestam “o nosso reconhecimento e gratidão”, o qual para além
de prestar assistência médica aos idosos, consultava e tratava sinistrados de companhias
de seguros, cujos serviços prestados constituíam receita exclusiva da Fundação
sem que o dr. Almiro cobrasse quaisquer honorários.
Entretanto são encetadas diligências para a celebração de
acordo de cooperação com o Centro Regional de Segurança Social de Coimbra, o
qual só é conseguido em 1988, abrangendo 42 utentes de Lar e 20 de Centro de
Dia. Já em 1994 é implementado o serviço de Apoio Domiciliário para 5 utentes,
iniciando-se assim uma valência que elegemos como privilegiada, uma vez que,
mantendo o idoso na sua residência e em permanente contacto com o meio envolvente
que lhe é familiar, “é aquela que nos parece oferece-lhe melhor qualidade de
vida”.
Hoje a Fundação presta cuidados a 60 idosos em Lar, 20 em
Centro de Dia, 40 em Apoio Domiciliário e 25 crianças em Creche.
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