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SÃO PEDRO DE ALVA - Alfredo Fonseca lançou novo livro



Alfredo Santos Fonseca, como por diversas vezes se tem referido na imprensa, sobretudo a de Arganil, foi um líder associativo e um autarca de eleição, não resvalando quanto à sua veia de empresário. Graças ao seu querer e perseverança, tendo companheiros aguerridos que o acompanharam no progresso de S. Pedro de Alva, também enveredou na área da literatura. Sendo Combatente em Moçambique, foi por esse motivo que escreveu o seu primeiro livro «Memórias do Sofrimento na Guerra de Moçambique». Depois surgiram mais quatro: «Pegadas de Meus Pés»; S. Pedro de Alva (Farinha Podre) - Figuras & Factos para a sua História»; «A História do Batalhão de Artilharia 1885»; «Os Sãopedralvenses da Diáspora» e agora, mais precisamente no dia 17, domingo de Maio, pelas 15 horas, lançou o 5.º livro, que tem por título «Divagação sobre a Génese das Nossas Gentes», no qual refere acontecimentos ocorridos nesta região, dando especial ênfase aos provocados pelos invasores franceses no início do século dezanove. Além destes desastrosos acontecimentos, que só trouxeram desassossego, medo e morte à nossa região, o seu texto dá-nos uma panorâmica das principais ocorrências exercidas no nosso país desde antes do seu nascimento, ou seja, desde o povoamento da Península Ibérica, descrevendo os seus principais autores.

A “Universidade da Vida” foi a grande escola de Alfredo Fonseca

O prefácio é de autoria do Dr. Eurico Almiro de Menezes e Castro, que foi médico em S. Pedro de Alva. Estando presente com a esposa, Prof.ª Lúcia Veiga, não deixou o prefaciador em admirar o autor pelas suas qualidades de trabalho, de incentivo, luta, afec­to e reconhecimento por tudo e todos os que lhe são queridos, considerando ser «uma pessoas dinâmica, trabalhadora e afectiva, que não se poupa a esforços para obter o que julga ser bom e justo para a sua terra e para todos os que nela vivem». O Dr. Almiro Menezes e Castro observa que os livros que o autor editou, transparecem «uma cultura e sabedoria, capazes de deixar envergonhadas pessoas que passaram a vida a frequentar as escolas e universidades, enquanto ele se formou com a escola básica» e, sobretudo, com o que a “Universidade da Vida” lhe ensinou, sempre com uma enorme força de vencer de aprender». Sempre admirou Alfredo Fonseca, «um homem da aldeia, humilde», que escreveu já seis livros, trabalhou a bem da terra e da região, tudo fez a bem das suas gentes, referindo que o edifício onde se en­contravam foi com o seu sacrifício e de outras colaborações que hoje tem esta fisionomia.
Também a esposa, D. Lúcia, antiga professora, reconheceu ao autor do livro a sua humildade, de quem foi sempre amiga, cuja humildade e valor enalteceu.

«Tão pequenos que nós somos e tão grandiosos fomos»…


E com o salão da Casa do Povo repleta, indício de que Alfredo Fonseca é tido na sua terra e região como um homem que fez e continua a fazer, a apresentação do livro foi da responsabilidade do Eng. Fausto Oliveira, oriundo de Hombres, que considerou o livro de grande importância, dada a sua génese da história que contém, com dados desde a fundação do reino, considerando que «tão pequenos que nós somos, e tão grandiosos que somos», tem em conta as viagens que se fizeram e posições conquistadas em diversas partes do mundo. Falou de gerações, cada uma delas com os seus problemas e formas de viver, mas acentuou que as gerações depois do 25 de Abril, embora com dificuldades, mas bem formada, foi criada uma geração fabulosa, disposta a elevar-se, que apesar de tudo e como sempre foi «vamos conseguir». Falando do autor, um homem simples, do povo que «soube apanhar, de forma simples, diversas épocas», referiu que nenhum reinado sendo fácil, foi um povo que tem defendido e vencido um legado «de peito aberto», considerando que «a nossa juventude é nobre, activa e para onde vai tem nome, tal como os nossos descobridores». E Fausto Oliveira, com emoção, disse que não «podemos renegar o nosso passado, simples, é certo, mas que nos dá orgulho de sermos portugueses, como António José de Almeida».

«Mais um evento que tanto nos orgulha»

Estando ali como representante das terras da Casconha, pois é presi­dente da União de Freguesias de S. Pedro de Alva e S. Pedro de Alva, Vítor Manuel Cunha Cordeiro falou de mais «um evento que tanto nos orgulha, a nós sãopedralvenses», que fala de memórias, sendo com agrado «ver obras literárias que relevam o nosso território», trazidas por um homem que é Alfredo Santos Fonseca, que tem dado muito de si à sua terra, «mas também ao país, como combatente que foi», acentuando que a escrita, sendo sua predilecção, sempre lutou por aquilo em que acredita, e que por todos os predicados que possui e desenvolveu, «é um homem que jamais será esquecido».

Os dois presidentes também disseram de sua justiça…

O presidente da Câmara Municipal de Penacova, Dr. Humberto Oliveira, exaltou a vitalidade do autor do livro, mas também a disponibilidade que sempre defendeu desenvolvendo a sua terra, a sua freguesia, como presidente da autarquia e não só, considerando-a uma pessoa jubilada, e sendo filho de um combatente, sente essa geração, mas que esta será também capaz de construir uma boa obra, como Alfredo Santos Fonseca com os seus livros.

Da parte da Assembleia Municipal, o Eng. Pedro Coimbra, como seu presidente, disse não estar ali naquela qualidade, mas pelas relações de amizade e de respeito que tem pelo autor e pela sua família, citando a amizade que o une a seu filho Carlos Fonseca, que foram ambos colegas universitários, sublinhando que pelas funções que desempenhou, sendo um fazedor de coisas, «fez muito por este território, pelo concelho” e as coisas das melhores que fez, «foi a de servir as comunidades, as populações e talvez por isso lhe dá forças para continuar a viver e a trabalhar a vida». Quanto ao livro disse ser «um livro com conteúdo», que vale a pena ler, com cuja leitura «todos aprendemos» e testemunha aquilo que o autor tem feito por esta comunidade.


«Escrever e ralhar, só é preciso começar»

Alfredo Fonseca considera que o lançamento de um livro representa sempre, para quem o escreveu, «como o nascimento de um filho», pois sendo esta a sua sexta obra, disse «escrever e ranhar só é pre­ciso começar». Depois de passar um relance pelas anteriores cinco livros, onde relata episódios da sua vida, particularmente os tempos vividos em Moçambique, na Guerra do Ultramar, assemelha a obra actual a um caminhante que, «percorrendo um percurso desconhecido ou há muito não percorrido, apreciando as belas paisagens que o vão surpreendendo e extasiando». Agradecendo aos que com ele deram a sua colaboração ao lançamento do livro, não esqueceu a sua família, por «todo o carinho e apoio moral para eu levar por diante mais esta iniciativa».

Doutoramento pela Universidade da Vida

Em final de tão grata cerimónia, uma surpresa estava para acontecer. O Francisco, universitário, quis em público homenagear o avô Alfredo Fonseca, colocando-lhe as insígnias (uma capa de estudante coimbrão), de Doutor Honnoris Causa da Universidade da Vida, gesto que calou bem fundo na vasta assistência, tanto mais que este gesto foi sublinhado com a actuação de um grupo de jovens estudantes, que tocaram e cantaram, finalizando este acto, com a tão sublime quão saudosa para muitos «A Despedida».