ILUSTRES [DES]CONHECIDOS - Manuel Vieira dos Santos (1888-1966)
Manuel Vieira dos Santos, não sendo natural de Penacova,
neste concelho foi Pároco durante mais de 50 anos e também Arcipreste.
Nasceu no dia 27 de Novembro de 1888 no lugar da Pinheiria, freguesia de Santa Catarina
da Serra (Leiria), à época pertencente à Diocese de Coimbra. Filho de António Vieira, canteiro, e de Maria dos Santos, foi baptizado
a 2 de Dezembro.
Primo do Cónego Júlio dos Santos, ingressou no Seminário de
Coimbra* em 1909.
Por volta de 1912 foi nomeado pároco de Figueira de Lorvão,
onde permaneceu durante 54 anos.
Depois de ter, inicialmente, mandado ampliar e transformar a capela-mor da Igreja, em 1928 estendeu igual intervenção a todo o corpo daquele templo. Seguiu-se a construção do Salão
Paroquial e posterior criação do Asilo para apoio a idosos e mais tarde a crianças
necessitadas.
Também por sua iniciativa foram construídos ramais de
estrada na freguesia, fontes e captações de água para chafarizes.
O “Asilo de Nossa Senhora do Rosário de Figueira” foi inaugurado
a 16 de Setembro de 1945. Nesta data foi descerrada uma placa com os seguintes
dizeres: “ Aos 16 de Setembro de 1945 foi inaugurado este Asilo por sua
Excelência Dona Maria do Carmo Fragoso Carmona, sua augusta madrinha e alta
protectora.”
Foi o Dr. Alípio Barbosa a fazer o discurso de boas-vindas. A primeira dama pernoitou na Casa de Repouso de Penacova e no dia seguinte almoçou e jantou em casa de Manuel Simões Flórido. No final deste jantar, agraciou Manuel Vieira dos Santos, Alípio Pereira da Costa e Manuel Simões Flórido com as Insígnias de Comendador da Ordem de Benemerência e de Oficiais da mesma Ordem, respectivamente, atribuídas pelo Presidente da República.
Foi o Dr. Alípio Barbosa a fazer o discurso de boas-vindas. A primeira dama pernoitou na Casa de Repouso de Penacova e no dia seguinte almoçou e jantou em casa de Manuel Simões Flórido. No final deste jantar, agraciou Manuel Vieira dos Santos, Alípio Pereira da Costa e Manuel Simões Flórido com as Insígnias de Comendador da Ordem de Benemerência e de Oficiais da mesma Ordem, respectivamente, atribuídas pelo Presidente da República.
Na Direcção do Asilo outros nomes com ele colaborariam como
Cassiano Gomes e Joaquim de Oliveira Marques. O “Asilo dos Velhinhos” (e a Sopa
dos Pobres) fora possível, numa fase inicial, graças ao testamento do benemérito de Alagoa,
Manuel de Sousa Barbosa, prestigiado funcionário superior da Câmara de Lisboa e
autor de diversos livros.
Desde muito cedo, assumiu a
propriedade do jornal “Notícias de Penacova” (o primeiro proprietário fora José
de Gouveia Leitão). Durante décadas foi o suporte deste periódico local,
coadjuvado pelo Padre Manuel Marques e pelo Prof. Joaquim de Oliveira Marques.
Aquando do seu falecimento, a Câmara Municipal de Penacova aprovou
um Voto de Pesar onde se dizia, entre outros aspectos, que ao Cónego Manuel Vieira
dos Santos “simpática e veneranda figura de bondade muito respeitável e querida em todo o concelho”
ficaria o mesmo concelho a dever “muitos e relevantes serviços”. E ainda a
afirmação de que “ a sua vida de trabalho constante" fora "um exemplo vivo de
permanente sacrifício e dedicação ao próximo”.
Nos últimos anos de vida mandou construir uma casa,
ainda hoje existente, no lugar da Pinheiria, onde acolheu crianças do
Asilo de Figueira, principalmente para passarem férias. No museu local
permanece o seu Breviário e algumas peças da sua Indumentária, cedidas por
familiares.
E foi na sua terra natal e no hospital de Leiria que passou
os últimos dias de vida. Por desejo da família (em
Figueira havia já adquirido terreno para ser sepultado) os seus restos mortais repousam
no cemitério de Santa Catarina da Serra desde o dia 18 de Novembro de 1966, um
dia depois de ter falecido.
O seu nome faz parte da toponímia de Figueira de Lorvão: “Largo
Cónego Arcipreste Manuel Vieira dos Santos”.
> David Gonçalves de Almeida
*De 1882 até 1918 a diocese de Leiria esteve integrada na Diocese de Coimbra.
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